sexta-feira, 27 de junho de 2008

Colabore com a Wikipedia

...ou outro projeto livre de sua preferência e concorra a um ASUS EeePC!

Esta é a promoção que os sites Br-Linux.org e Efetividade.net (ambos do colega Augusto Campos) estão promovendo. A campanha visa incentivar mais gente a colaborar, de alguma forma, com projetos de software livre.

Existem muitas formas de colaborar com projetos de software livre. Se você é da área de computação, a ajuda mais óbvia é mesmo código, implementação de funcionalidades, correção de bugs e afins. Mas se você é usuário que não entende muito de programação, sugerir funcionalidades que você gostaria de ter no seu software é sim uma grande ajuda.

Em meus cursos de conscientização para o software livre, sempre menciono o poder do trabalho colaborativo, p.ex., na Wikipedia -- a maior enciclopédia online existente. Já imaginou a quantidade e diversidade de informação que cada um de nós é capaz de produzir em conjunto? Trabalho colaborativo é isso. Você entende bastante de futebol, ou sabe muito sobre o seu time de coração? Gosta muito de música ou é fã de algum artista em específico? Escreva na Wikipedia. A quantidade de temas com os quais você pode contribuir são inúmeros. Então, se você ainda não tem, faça já seu cadastro na Wikipedia e colabore.

Também é possível contribuir com projetos de software livre de outras maneiras, como traduzindo, compartilhando experiências com outros usuários (seja em fóruns ou listas de discussão), fazendo doações, ou até mesmo divulgando e incentivando uso. Algum software ou projeto livre foi importante pra você numa dada circunstância? Fale para outras pessoas. Isto é uma excelente forma de ajuda.

Para exemplificar, lembro-me de um caso bem específico em que um projeto de softaware livre salvou a minha pele e que vale a pena contar. Em 2006 (antes da Sun liberar a API de Java em GPL) precisava de uma certa modificação na classe ProgressMonitor que me permitisse desabilitar o botão cancelar depois de um certo tempo. Como não conseguia fazer isso fácil, pensei em estudar o código-fonte da classe que vinha com JDK e alterá-la de acordo com minhas necessidades. Qual não foi a minha surpresa -- naquela época -- quando descobri que apesar de ter o fonte NÃO poderia fazer qualquer mudança pois a EULA (end-user licence agreement), item "D" do Java me proibia explicitamente sob pena de violação de licença.

Acabei encontrando o projeto GNU Classpath, que tinha implementações similares às da API padrão mas sem restrições de uso, o que me permitiu modificar a referida classe de acordo com as minhas necessidades, me poupando diversas horas de desenvolvimento. O Java hoje é livre e muita coisa mudou, mas não deixo de indicar sem problemas: usem GNU Classpath!

Então, se você já tem um blog e não tem muita inspiração para escrever, que tal contar sua experiência como usuário de software livre? Colaboração é isso.

Além da Wikipedia, outros projetos com os quais você também pode contribuir para participar da campanha são:

  • Creative Commons - licença de livre compartilhamento;
  • JQuery - biblioteca para manipulação de javascript (devo falar mais dela aqui no blog futuramente);
  • OpenSSH - ferramenta segura para administração remota de servidores;
  • PythonBrasil - talvez o grupos de usuários mais organizados e ativos com o que já tive contato.
Para mais detalhes da campanha, veja as regras da promoção e participe - quanto mais divulgação, maior será a doação do Br-Linux e do Efetividade, e você ainda concorre a diversos brindes! Recado dado. É isso, gente. Grande abraço e até a próxima!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

I Fórum de Tecnologia em Software Livre do Serpro Belém

O 1º Fórum de Tecnologia em Software Livre Serpro Regional Belém, aconteceu no período de 14 a 16 de maio. No primeiro dia do encontro, estiveram presentes várias pessoas representando as Instituições de Ensino Superior, Órgãos do Estado e Grupos de Usuários para prestigiar e compartilhar conhecimentos sobre essa tecnologia. Foram programadas para os três dias do encontro, várias palestras e apresentações de experiências sobre o tema. Ao final de cada expediente foram sorteadas camisas e canetas oferecidas pela equipe de software livre e a ASES Belém - Associação dos Empregados do Serpro Regional Belém.

No primeiro dia do evento foi contabilizada a participação de 192 pessoas, entre empregados e convidados, os quais destacam-se : João Carlos Bier (Consultor da Companhia de Informática do Paraná – Celepar), Elisabeth Ribeiro Eloy (Gerente do Projeto E-Car – Sunne/Serpro), Sandra Rocha (Coordenadora Projeto SET da Universidade Federal do Pará, UFPA), Lourenço Monteiro (Coordenador do Curso de Sistema de Informação do Centro Universitário do Pará, Cesupa), Marcelina Pereira (Coordenadora do Governo Eletrônico de Acesso ao Cidadão - Gesac/Seduc), Gerson Lima Vieira (representando a Divisão Tecnologia da Receita Federal do Brasil - Ditec) e Diego Lisboa Cardoso (Diretor de Tecnologia da Seduc, PA).

A primeira palestra do dia foi apresentada por Moacir Monteiro e Antônio Carlos com o tema Inclusão Digital/UCA. Nesta palestra foram apresentados os vários projetos de inclusão digital realizados pelo Serpro e a parceria entre o Serpro/Seduc nas escolas públicas do Estado do Pará. Em seguida ocorreu uma amostra de experiência sobre o software livre com o tema “Turma do Açai”, que foi ministrado por Rosinaldo Pinheiro (Seduc-PA).

No final da manhã, ocorreu oficialmente a abertura do I Fórum de Tecnologia em Software Livre Serpro Regional Belém, com a palavra de Raimundo Xavier, Coordenador do Comitê de Software Livre Belém que agradeceu a presença de todos, falou sobre a importância em se utilizar esta ferramenta e o papel do Serpro a frente do Software Livre, logo em seguida, Laury César Silva Andrade, Coordenador da Ação Corporativa a Nível Regional – ACNR, deu as boas vindas e parabenizou a realização do evento. Na abertura falaram também Sandra Rocha (Coordenadora Projeto SET da Universidade Federal do Pará) e Lourenço Monteiro (Coordenador do Curso de Sistema de Informação do Centro Universitário do Pará, Cesupa).

No período da tarde ocorrem as seguintes palestras:

  • E-Car, proferida por Elisabeth Eloy e Rogério Ueda, Sunne/BSB - esta ferramenta possibilita o acompanhamento, desenvolvimento de projetos e permiti ainda a parametrização de estruturas, funcionalidades e perfis conforme o cliente. Este sistema foi desenvolvido pela Celepar para gerir e controlar os projetos de planejamento da mesma. O Serpro passou a utiliza-la a partir deste ano;
  • Dot-Project, Kleber Carneiro, Tiblm - uma apresentação geral da ferramenta, com seus principais recursos para gerência de projetos em software livre;
  • Projeto Escola de Fábrica/Jovem Aprendiz, ministrada por Márcia Brandão e Erika Moraes, estes programas foram criados pelo Governo Federal, os quais oferecem a oportunidade de formação inicial e continuada a jovens de baixa renda e como a Empresa vem desenvolvendo-os na Regional Belém;
  • Boto Set Linux, Rosistela Pereira de Oliveira, repassou aos presentes que este projeto é uma parceira da Seduc com a UFPA e, esta ação contribui com mais um passo importante para a inclusão social digital por meio do software livre. O “Boto Set Linux” é um software livre que aperfeiçoou um outro através da ferramenta Set (desenvolvida pela UFPA) para melhorar a estrutura tecno-pedagógica nas escolas estaduais.
No segundo dia, 15/5, sete palestras ocorreram e contou com a participação de vários profissionais e alunos interessadas no tema. Seguindo a programação, foram apresentadas as seguintes palestras:
  • TELE IP”, proferida por Adriano Martins.
  • "Portais GTIC – Utilizando Zope e Plone”, onde José Maurício Lobato, Superintendência de Produtos e Serviços – Rede, Supre/RJ, falou sobre sua experiência na Supre no desenvolvimento do Portal GTIC (Gerenciamento de Tecnologia de Informação e Comunicação) utilizando ferramenta livres ZOPE/PLONE.
  • BrOffice.org e o Padrão ODF”, Raimundo das Graças Lima Xavier do Setor do Atendimento Especializado Belém, Gsblm, enfatizou sobre a importância em se utilizar o sistema livre e o formato ODF (Open Format Document), observando que a grande intenção do ODF é promover uma alternativa aos formatos proprietários de documentação, para que organização e os indivíduos não fiquem aprisionados em um único fornecedor.
  • Nova Distro Ubutu”, Davis Victor Feitosa de Oliveira - Tiblm, e Paulo Arruda - Tigte/RCE, repassou aos presentes como o processo de migração das estações de trabalho do Serpro, utilizam o Sistema Operacional Linux/Fedora Core 6. Nesta apresentação foram distribuídos alguns CD's do Ubuntu aos presentes.
  • Correio Livre Expresso”, Adriano Martins da Supti/BSB, o sucesso da experiência da empresa na plataforma livre e de como agrega a rede Serpro e seus Clientes um Groupware de email em software livre e o tráfego de email e informação em âmbito do governo federal.
  • Assinatura Digital no BrOffice.org”, Cláudio Ferreira Filho, presidente da Comunidade BrOffice.org, falou da importância da assinatura digital que garante a autenticidade dos documentos e há entidades especializadas (os cartórios) em assegurar a origem desses importantes pedaços de papel e principalmente o uso de documentos no BrOffice.org;
  • 10 Dicas no BrOffice.org”, Francival Lima da Gsblm, mostrou várias dicas e técnicas sobre a utilização do BrOffice que melhoram e auxiliam a produtividade do usuário.
No último dia 16/5, o evento aconteceu dentro da programação esperada e os temas foram:
  • Rede Local em Software Livre (RLSL)”, palestrante Paulo Arruda – Tigte/RCE; fez um retrospecto da utilização de software livre no Serpro, com foco na RLSL - Rede Local Software Livre mostrando os serviços disponibilizados e vantagens obtidas. Pequena abordagem sobre a nova distribuição para estação de trabalho.
  • Ambientes de Integração Continua, testes e repositório de componentes”, palestrante Allan Lima - Supde/FLA, que repassou para pláteia sobre a ferramenta que facilita o dia-a-dia de implementação de um projeto, proporciona uma infra-estrutura para inspecionar a qualidade do código e detectar antecipadamente problemas, além disso, dá suporte à testes de unidade automática, inspeção da qualidade do código fonte e permite sempre ter uma versão pronta para instalação do sistema;
  • Mantis: Visão Geral da ferramenta de Bugtracking”, palestrante Lenon Raiol - Sunat/BLM, foi repassado uma visão geral da ferramenta bugtracking mantis, mostrando com a mesma pode auxiliar no registro, acompanhamento e gerenciamento dos problemas encontrados durante a fase testes de software;
  • Vídeo Conferência Livre”, palestrante Mário Evangelista Neto – Supre/FLA, apresentou como funciona um sistema de video conferência em software livre, as tecnologias utilizadas, equipamentos e infra-estrutura de rede necessária, foi apresentado o “demo” de como instalar, configurar e customizar a solução openmash de video conferência livre;
  • Desenvolvimento WEB com padrões W3C”, palestrante Marcelo Andrade - Deblm, o foco principal apresentado foi a necessidade de se desenvolver sites e aplicações web dentro dos padrões definidos pelo W3C, foram apresentados algumas ferramentas e extensões a nevegadores web (como Mozilla Firelox) úteis ao trabalho do desenvolvedor;
  • Introdução ao Python”, palestrante Marcelo Lobo - Reblm, foi dado uma breve introdução sobre linguagem de python e apresentado suas características e paradigma, suas aplicações e os passos futuros de linguagem.

O Comitê Regional de Software Livre em nome do Coordenador de SL agradece e parabeniza todos envolvidos na organização do evento, que contou com a participação de diversos profissionais, os quais, se empenharam ao máximo em cooperar e compartilhar o conhecimento em tão pouco tempo. O I Fórum de Software Livre em Belém foi um sucesso absoluto!

Da Comunicação Social do Serpro Regional Belém.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Regulamentar a profissão? (S/n)

Nas últimas semanas, voltou à tona um assunto polêmico: a regulamentação da profissão de informática no Brasil. Depois de um bom tempo engavetado, o projeto de lei 1947/03, que versa sobre o tema, obteve parecer favorável na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Congresso Nacional através do senador Expedito Júnior, do PR de Rondônia.

Em meio a opiniões favoráveis e contrárias à idéia regulamentação da profissão de informática, há alguns pontos a serem ressaltados. Por um lado parece haver uma insatisfação dos profissionais por conta de uma desvalorização atual da profissão e de uma possível concorrência desleal sofrida pelos profissionais com formação superior nas universidades para aqueles com formação mais técnica advindos dos inúmeros cursos de informática que existem a cada esquina.

Quanto à desvalorização da profissão, de fato, ainda que não se possa generalizar, não é difícil, p.ex., encontrar editais de concursos tais como o abaixo (vê-se também que casos desse tipo não estão restritos apenas à área de informática):

CARGO: Analista de sistemas REQUISITOS: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação em nível superior em Ciência da Computação, Engenharia de Software, ou Tecnologia da Informação (..) REMUNERAÇÃO: R$ 540,00 (..)

Por outro lado, talvez não faça sentido falar em competição desleal entre o profissional saído das universidades e aquele saído das escolas de informática. Independentemente da questão da qualidade do ensino superior no Brasil, tem-se visto que o próprio mercado trata de diferenciar os bons dos maus profissionais.

A questão parece ser que mesmo o diploma universitário não é garantia de que profissionais qualificados cheguem ao mercado. E talvez seja esse ponto mais controverso da atual proposta de regulamentação: restringir o mercado de informática a profissionais com diploma independentemente da sua qualificação (diferentemente, p.ex., da Ordem dos Advogados do Brasil, cujo exame para exercer a profissão impede que cheguem ao mercado profissionais sem a devida qualificação).

Outros pontos que merecem discussão, sem dúvida, dizem respeito ao profissionais com certificações de mercado (como LPI e outras) além da definição do "escopo" da área de informática (afinal, seria necessário registro para trabalhar com bio-informática ou mecatrônica, p.ex.?). Também é verdade que ter a profissão regulamentada poderia ser um meio de evitar os muitos casos de maus profissionais (entendam-se, o famoso "sobrinho" que entende de informática) que prestam serviços de baixa qualidade principalmente à micro e pequenas empresas -- e cujos maus serviços refletem sim à sociedade que não tem quaquer controle sobre esse tipo de profissional. Ao mesmo tempo pensa-se se seria justo condenar os bons profissionais free-lancer e auto-didatas sob pena de exercício ilegal da profissão.

Enfim, para concluir este texto, gostaria claro, de conclamar todos à reflexão desse tema que muito tem a contribuir com nossa sociedade. Não sem antes mencionar ainda que o guru do movimento de software livre, Richard Stallman, é contrário à tal iniciativa;mas também que há especialistas que dizem que o desenvolvimento de software livre, p.ex., seria pouco afetado.

Por hora é isso. Até a próxima, gente!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Ajude a tonar o ODF uma norma técnica nacional

ODF é a sigla para Open Document Format. Trata-se de um modelo arquivos eletrônicos em aplicações de escritório, como documentos, cartas, relatórios técnicos, memorandos, ofícios, livros além de planilhas, slides de apresentações, bases de dados e até gráficos.

Certamente todas as pessoas que trabalham com computadores já lideram com arquivos desse tipo em aplicações de escritório. São arquivos muitíssimo populares. Windows, Word, Excel e PowerPoint estão na grade de diversos "cursos de informática" (na verdade, cursos básicos de aplicações MS, pois informática vai muito além disso) por aí,

A propósito, neste cenário, quem nunca teve problema enviando um arquivo .doc salvo numa versão do Word a um amigo que não o conseguiu abrir por ter outra versão do MS-Office? Este é um problema extremamente comum e que já custou até vidas. Na tragédia do tsunami no leste asiático de 2004, pessoas deixaram de ser atendidas por causa que documentos de requisições de remédios simplesmente não puderam ser abertas por problemas deste tipo.

Mas antes que tentem pôr qualquer justificativa, é bom ressaltar que a principal razão para este problema é que os documentos da suíte MS-Office são um completo mistério. Um segredo comercial conhecido apenas pelo fabricante. O que gera uma dependência tecnológica nociva principalmente aos países em desenvolvimento -- como o Brasil.

Desde os últimos 10 ou 12 anos surgem iniciativas para padronizar documentos eletrônicos de escritório. ODF é o ápice da evolução destas iniciativas. Simples, coeso, livre e acessível. Há algum tempo foi adotado como padrão internacional pela ISO. E agora é a vez do Brasil!

Está aberta até o final de março, consulta pública sobre a adoção do ODF como norma técnica ABNT para representação de documentos eletrônicos. Para apoiar esta iniciativa, visite o site. No meio da relação de normas propostas, vai estar:

(01) ABNT/CB-21 COMPUTADORES E PROCESSAMENTO DE DADOS, Selecione o item, depois clique na lupa e dê seu voto a favor do projeto (se possível, com a opção "Aprovado sem restrições". ;-)

Pronto. Depois de um cadastro é bem RÁPIDO e FÁCIL, seu voto será confirmado por e-mail.

Se você quer saber mais sobre o padrão ODF, informe-se. Não deixe também de participar da comunidade BrOffice.org e dos grupos de usuários, p.ex. o nosso GuBrO-PA.

É isso.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Xô Uruca!

29 de fevereiro é uma data única. Bom momento para recomeçar? Então: Uruca!

Bola pra frente...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Seja desconfiado, sempre (ou golpe via classificados)

Pessoal, ontem infelizmente passei por uma terrível experiência, mas me sinto na obrigação moral de compartilhá-la, até como alerta a vocês. Há duas semanas anunciei a venda de meu notebook nos classificados. Havia adquirido um no final de 2006 quando estive lecionando na UFPA. Mas no momento, pressionado por algumas dívidas, poderia me desfazer dele sem problemas. Inicialmente tentei oferecê-lo aos amigos mais próximos e ainda no MercadoLivre, mas sem sucesso.

A propósito, o anúncio no MercadoLivre tornou-se um grande estorvo. Um golpista safado insistia em comprar, forjava e-mails do MercadoLivre, PayPal, Bank of America e até Banco do Brasil para tentar induzir-me a enviar o produto a partir de um (falso) comunicado de pagamento . Acabei desistindo.

Anunciei entãos nos classificados "tradicionais" de um jornal de grande circulação aqui em Belém. O anúncio foi publicado no mesmo final de semana. Na quinta-feira, recebi o contato de uma mulher chamada "Michele" que mostrou muito interesse em adquirir o aparelho. Combinamos em casa na sexta-feira, 8, mas ela não aparecera. Na semana seguinte, como vocês acompanharam, estive representando minha empresa no Campus-Party Brasil. Como tal mulher insistisse em ligar para casa posterguei qualquer contato para quando estivesse de volta.

Regressando à Belém, "Michele" contactou-me novamente para ver o aparelho. Acabei combinando na quinta, às 19h. Às 21h, chegam em casa a dita "Michele" e um rapaz que se disse ser o namorado que entende de informática. Infelizmente na exata hora em que chegaram eu estava quase cochilando na sala e só me dei conta quando minha esposa já tinha dado entrada a eles. Estranhamente, não demonstraram interesse pelo notebook (não perguntaram configuração, motivo da venda, tempo de uso... nada). Logo em seguida, os dois se aproximaram de um canto e o filho-da-puta indivíduo sacou de uma arma da bolsa da mulher. Naquele instante, quase tive um treco, não percebi mais meus pés no chão e estive a ponto de desfalecer. Os dois pegaram as chaves da casa, fecharam as janelas, e deram entrada a outros dois bandidos também armados...

Os cerca de 45 minutos que se seguiram foram de intensa agonia. Tudo bem que -- graças à Deus e a nosso anjo da guarda -- sem violência, mas com muitas ameaças verbais e o deboche próprio dos vagabundos. Tivemos de assistir incólumes a toda a nossa casa ser saqueada. Eu disse TODA! A rigor, deixaram-nos apenas com as roupas do corpo e os eletrodomésticos maiores. Desde sandálias e roupas íntimas levaram... Celulares, dinheiro, relógios, muitas peças de roupa, equipamentos do computador, malas de viagem... Não levam a tevê por não conseguirem carregar. Depois de uns telefonemas, lá fora um taxista parecia aguardá-los. Trancaram-nos então em casa e levaram consigo o molho de chaves. Por sorte, conseguimos sair pois os patetas não se aperceberam que eu trazia comigo também minha cópia das chaves em meu bolso. Obviamente, trocamos todas as chaves de casa após isso.

Okay, mas o que aprender com essa experiência? Que não se deve descuidar da segurança em nenhuma hipótese nem por um único instante. No ímpeto de conseguir vender a mercadoria, acabei errôneamente abaixando meu desconfiômetro. Fazendo um balanço, agora posso enumerar os pontos ou dicas de segurança que poderiam ter me ajudado a evitar este golpe dos classificados. Terá valido meu dia a pena se uma das dicas abaixo lhes for útil de alguma forma:

  • dê um telefone com identificador de chamadas como contato do anúncio;
  • peça sempre um telefone fixo para contato com o interessado. Não aceite somente contato por celular ou e-mail;
  • sempre indague bastante seu possível cliente: onde mora? por que quer comprar? no que trabalha? tem outras ofertas em vista?
  • se preocupe em fazer mais perguntas sobre o produto ao cliente que respondê-las. Se o cliente realmente está interessado, ele se informou e sabe algo sobre o que quer;
  • seus dados são sagrados. Se policie para nunca mencionar diretamente seu endereço e de seu trabalho, seus números telefônicos e nomes das pessoas próximas a você;
  • nunca combine de fechar a transação em sua casa. Se possível, combine em locais amplos e com grande fluxo de pessoas, como shoppings centers ou praças, e melhor ainda se puder ir com acompanhante;
  • nunca combine de ir à casa da pessoa que lhe contactou. Vale inclusive se você for cliente. Aliás, tenha em mente que estelionatários e assaltantes também publicam anúncios nos classificados;
  • saiba blefar! Mencionar despretenciosamente, num contato telefônico, aquele colega da vizinha do seu tio que é investigador da polícia não custa nada, não?
  • pense como um bandido. Faça um exercício de esquecer seu autruísmo. Se você fosse mal-intencionado(a) e dependensse disso para comer no dia seguinte, o que você seria capaz de fazer?
  • por fim: seja desconfiado, sempre! Recuse imediatamente propostas que pareçam muito fáceis ou demasiadamente vantajosas. Fale em dinheiro logo nos primeiros contatos. E converse sempre o que for possível sobre o que está havendo com seus amigos, familiares e colegas de trabalho para trocar opiniões.

Bem, como não poderia deixar de ser, este post tornou-se muito longo. Espero sinceramente ajudar a que mais pessoas não sejam vítimas de qualquer golpe desse tipo como eu o fui.

É isso.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Velhos conhecidos, novos amigos

Clima de encerramento do Campus Party Brasil, hora de confraternizar com os (recém) colegas da blogosfera -- primeira vez que esta palavra aparece aqui. Aliás, isto foi uma das coisas mais curiosas que aconteceram: estar sentado do lado de pessoas com quem você já conversa há tempos, conhece o trabalho e nunca havia visto pessoalmente.

Agradeço a todos os amigos e amigas que conheci aqui, a saber: Pablo Emílio (Lixos e Pérolas), Rodrigo (Jacaré Banguela), Matheus (eoqha.net), S1mone (querida amiga de webstandards-br e do Pixeladas Aleatórias), Kakah (Meu Veneno), Mirian (susbstantivolátil), Manoel "Sayid" Netto (Tecnocracia), Bruno e Rafael, entre outros.

Também não posso deixar de mencionar todos os colegas das palestras principalmente de desenvolvimento e software livre (não citarei todos os nomes pra não me arriscar a esquecer alguém e cometer alguma injustiça).

Grato a todos(as) pela dicas, pela amizade e pela convivência nesta semana. Grande abraço e até a próxima.

Resumo (ou meio resumo) de sábado

Bem gente, hoje, penúltimo dia de Campus Party -- na realidade, último, pois amanhã o evento encerra às 14h -- o resumo vem no meio da tarde. Novamente está sendo dia de desenvolvimento. A rigor, continuação das palestras anteriores sobre os mesmo temas: desenvolvimento de jogos, linguagens Lua e Ruby. Houve um tutorial de Blender -- eu falei, B-L-E-N-D-E-R -- no espaço de software livre, mas como era no mesmo horário dessas de desenvolvimento, não assisti.

A primeira palestra da tarde já valeu o dia: Edgard Damiani fez um relato de sua experiência com desenvolvimento de jogos. A palestra foi bastante motivacional. Edgar enfatizou que os jogos devem surgir para cumprir seu papel de entretenimento. Pra ilustrar, convidou pessoas da platéia para jogarem no emulador de Atari 2600, o Stella. Criticou enfaticamente o que chamou de "inversão de valores" de desenvolvedores que priorizam detalhamento gráfico e tudo, ao invés de simplicidade, jogabilidade e divertimento. Precisa de um super gráfico pra ser divertido? Não, indagou.

Ainda segundo ele, é preciso meter a mão na massa e fazer. São várias as empresas de games que começaram da união de como fundo de quintal, mesmo. Usando as palavras de outro gamer conhecido, "os dez primeiros jogos que você fizer serão ruins", mas ainda assim, faça-os, aprenda, ganhe experiência -- foi a mensagem. Edgard também criticou a visão que ainda há de que jogos são coisas pra crianças (citou o deboche de uma secretária do ministro Gil, apresentando os projetos numa competição de games, como "joguinhos"). Ainda reforçou a filosofia do software livre com compartilhamento de código, com aprender estudando o que outros fizeram, ao invés da mentalidade que ainda existe de esconder, fechar algorítmos e atravancar a evolução tecnológica. Realmente foi uma palestra empolgante! Edgard ainda voltaria ao final da tarde para falar sobre efeitos de shader com o software Render Monkey.

A seguir, as palestras sobre Lua e Ruby deram seqüência às dos outros dias, com breves tutoriais de apresentação das respectivas linguagens. A propósito, os slides das palestras de desenvolvimento já estão disponíveis.

Para promover a área de casemod -- em especial estes dois modelos -- quem apareceu foi o cineasta José "do Caixão" Mogica Marins. Infelizmente, ficamos sem o registro, mas acreditem... Às 16h, os pilotos da Stock Car Cacá Bueno e Daniel Serra estarão dirigindo o simulador direto da feira do evento. Estarei lá!

Acho que é isso. Se houver algo relevante até a noite, registrarei aqui sem dúvida!

Resumo de sexta

Hoje, a grande maioria das palestas da área de desenvolvimento seriam muito boas. Uma tarde inteira garimpando Ruby até na Lua. As de Lua foram apresentadas por Sérgio Queiroz, estudante da TecGraf da Puc-Rio, de onde saiu a linguagem. Já sobre Ruby on Rails quem palestrou foi Júlio Monteiro, um usuário avançado da linguagem.

Em ambas, foram mostrados aspectos técnicos, histórico e características das linguagens. Falando brevemente, como já dito, Lua surgiu no laboratório de tecnologia de computação gráfica da Puc-Rio em 1993, ganhando mais notoriedade internacional a partir do momento em que a LucasArts a utilizou em grande parte do desenvolvimento do game Grim Fandango e, por suas características, a linguagem acabou sendo bastante adequada ao desenvolvimento de jogos.

Ruby, por sua vez, surgiu no Japão, também no início da década de 1990. Apesar de sua larga utilização, seu uso pelo ocidente só se intensificou com a tradução de toda a documentação para o inglês. Já o framework Rails foi desenvolvido para dar apoio à criação do sistemo de projetos BaseCamp. A idéia é conter bastante coisa pronta para só efetivamente programar nos casos particulares e exceções.

O amigo Ézyo lembrou-me de aproveitar o ambiente para fazer contatos para palestras aqui em Belém no Fórum Paraense de Software Livre. Fiz questão de convidar os palestrantes das duas linguagens, além do Luciano Ramanho da comunidade de Python -- isso certamente poderá dar uma boa mesa redonda. Também consegui falar com o próprio Sérgio Amadeu que se prontificou. E ainda o colega Paulo, com o Ginga, o middleware para tv digital do Brasil.

Curioso que ambos palestrantes citaram o ranking do TIOB de linguagens de programação.

Hoje também foi dia de Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, falar no Campus Party. Essencialmente contou sua experiência na viagem, os treinamentos, a rotina e tudo o mais. Fiquei trabalhando num site nosso e aproveitando as dicas dos colegas blogueiros durante o resto da noite.

Um ponto positivo a destacar que soube foi o desfecho de uma tentativa de furto de notebook. Dois garotos tentaram sair do pavilhão com notebook sem ter o número de cadastro. O segurança não teve dúvidas: os abordou e os encaminhou à delegacia de polícia. É um ponto positivo pois não tínhamos noção se furtos seriam, ou não, contidos. Ponto para a segurança do evento!

É isso.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Revivendo um clássico

O que você acha que o cara abaixo está fazendo?

Jogando River Raid, oras!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Resumo de quinta (da quinta)

Neste quarto dia de Campus Party Brasil, pela manhã houve uma palestra de um tema interessante: gestão eletrônica de documentos. Infelizmente (novamente) houve algum problema com o horário e acabou atrasando mais de uma hora. Registrei apenas o áudio, pois pretendia estar no InstallFest de Slackware.

Ainda pela manhã, assisti a uma parte do Seminário Nacional de Inclusão Digital, que abordava o tema com representantes de vários programas nacionais de telecentros. Na ocasião, inclusive, falou o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazzoni, dentre outros.

Como ponto negativo, um problema que está se acentuando nestes últimos dias é o som. As equipes de apoio de todas estão deixando o volume do som dos microfones dos palestrantes num nível demasiadamente alto, o que além de irritante e estressante, acaba prejudicando a atenção aos temas. Um exemplo foi a oficina de Gimp no stand do Serpro da qual participei. O instrutor tinha praticamente que gritar para passar as orientações a todos. Acabamos seguindo os tutoriais do site.

O ponto alto foi mesmo a palestra do John "Maddog" Hall sobre software livre. Com um clima meio nostálgico no ar, ele fez um pequeno histórico do software livre, da necessidade de compartilhar código (ou o que quer que seja), do custo que é ter software que não funciona, ainda que tenha sido comprado a preço baixo ou obtido de graça (o mito do custo total de propriedade) -- afinal, seu tempo gasto para lidar com software mal-feito poderia ser melhor usado em prol de sua própria qualidade de vida. Muito boa a palestra!

Ao final do dia, ainda assisti a uma parte da palestra sobre SecondLife com Guilherme Tsuboca (acho que o nome é esse) da empresa KaizenGames. Foram mostrados vários vídeos com explorações de algumas possibilidades no mundo virtual. Apresentou dois jogos desenvolvidos pela empresa e que serão lançados ao final do Campus Party: um futebol pelada e um kart. Outro exemplo interessante consistia em uma espécie de túnel ou labirinto com paredes de tapumes de pano por onde as pessoas devam passar. Nestes tapumes eram projetadas imagens direto do jogo, para simulações ou passeios virtuais. Acho que é isso.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Resumo da quarta

Antes de começar, uns comunicados sobre a cobertura do Campus Party Brasil. Primeiro, decidi fazer um post por dia -- é muito chato ficar com o notebook pra lá e pra cá e ter de ficar sendo revistado pelos seguranças o tempo todo. E segundo, acabou novamente a (pouca) carga que tinha dado nas pilhas da máquina, então fotos agora (infelizmente) serão raridades. E mesmo se houver uma ou outra momento que mereça registro, certamente porei em algum link no Flickr ou coisa do tipo. Então, não deve fazer muita falta.

Isto posto, vamos aos fatos. Pra começar, não peguei nada de muito interessante pela manhã. Voltei novamente ao Kick Ass Kung Fu, onde joguei com um outro colega que fazia capoeira e quase batemos o recorde do jogo :-). Terminaram de montar o ambiente virtual de imersão, mas com tanta gente, não consegui jogar.

A decepção ficou por conta do robozinho Quasi. Fui lá numa boa conversar com ele e tal. Pelo que vi no primeiro dia, pensei que era um puta sistema de inteligência artificial com um módulo sintetizador de voz duca... Tentando pegar o tal robô, perguntei-lhe: "Quasi, qual o sentido da vida?". Minha surpresa quando ele respondeu que leu isso num livro uma vez e a resposta era 22 (!?!). Depois vi que, na verdade, há um controlador que fica manipulando-o e dá vida ao robô. Um fantoche cibernético. O legal é que ele é muito bem feito. A "boca" do robô articula perfeitamente a pronúncia das palavras e tudo.

Nas palestras, fiquei praticamente todo o dia no software livre. Participei de uma introdução ao Ginga com demonstrações e tudo, mas muito básica. Depois houve um tutorial de segurança com configuração de honeypots ativos, direto com um pessoal do NIC.BR, muito interessante. Mais à noite ainda houve introdução ao Python com Luciano Ramalho do PythonBrasil -- excelente, e ainda percebo o quanto ainda podemos avançar com o Python aqui em Belém e ainda uma outra sobre o formato ODF (muito boa também, mas a rigor com pouca novidade pra quem assistiu à do Xavier no Dia do BrOffice no Cefet). No final do dia, ainda consegui assisitr a um pedaço de uma apresentação de um pessoal do EstudioLivre sobre ferramentas para áudio com o Ubuntu Studio (que, aliás, eu nunca tinha ouvido falar).

Mas a melhor parte mesmo foi um bate-papo com Marcelo Tas, o Miranda (dos Ídolos) e a bela VJ Luiza da MTV sobre conteúdos online, liberdade de acesso, informática e sociedade, etc. Foi muito enfática a necessidade de se ajustar certos conceitos sobre o que é pirataria ilegal e o que é compartilhamento de informação. Taz questionou o que há de errado em, p.ex., se baixar músicas na Internet para uso próprio. Acaso é errado emprestar um livro para um amigo quando se acabou de ler? "Crime é proibir um moleque de ler, de ter acesso a uma música e curtir um som", lembrou Miranda. Luiza noticiou um caso bizarro que na Inglaterra em que se sugeria proibir o acesso à Internet a quem compartilhasse música por protocolos P2P. As discussões se aprofundaram nessa linha. Foi realmente muito legal!

Por hora é isso.

Tour pelo evento, robôs e casemods no Flickr

Algumas fotos de coisas interessantes no evento estão no Flickr. A saber, uma bela coleção de casemods (pra quem não sabe, gabinetes de computador personalizados), robozinhos e um breve tour virtual pelo evento.

XNA, Ogre e um pouquinho de Ginga

Realmente conclui que é muito difícil acompanhar a toda a programação interessante do evento. Infelizmente perdi quase toda a palestra sobre o framework da tv digital brasileira...

Perdido por um, perdido por mil. Decidi ir logo para a próxima de minha programação pessoal: plataforma Microsoft XNA com Ogre de lambuja, com Edgar Damiani. Como não era muito a minha praia (e como havia uns grandes almofadões para quem quisesse ficar deitado no chão), acabei gravando o áudio todo para disponibilizá-lo aqui -- numa cobertura especial para o BelJogos.

Na verdade, vi que é um tutorial que vai prosseguir durante toda a semana -- mas infelizmente acho que não terei pique para os próximos dias.

É isso.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Blog não é apenas tecnologia

Depois do Javaman, perambulando pela área do evento, acabei passando apenas pela palestra de Google Gadgets, mas como já estava bem adiantada optei por não assistir.

Acabei indo à palestra do Juliano com o tema "Tecnologia não faz o blog". Uma palestra leve e bem direta. Relacionou a necessidade de "blogar" com a própria necessidade de comunicação do ser humano. Também apresentou a dualidade entre blog de cunho pessoal ou jornalístico, tema que rendeu certa controvérsia. Juliano faz parte do projeto RadarCultura da Fundação Padre Anchieta. O programa também está presente no Campus Party Brasil.

Após isso, cheguei a tentar assistir à palestra sobre o Projeto Morfeo -- pelo pouco que vi, uma espécie de repositório de código online, mas não sei falar mais além disso --, mas o excesso de informação e o cansaço não deixavam.

Java, Javaman e Javali

Às 15h20 de Belém, começou a palestra do Bruno "Javaman" Souza, não sem antes tirar umas fotos junto com o Javali -- mascote da versão livre de java. O Bruno começou perguntando a cada um o que gostaria de saber sobre Java. Claro, zilhões de perguntas apareceram. Depois, sondou o perfil do público: que linguagem, que IDE, que SO, que processador e etc? Enfatizou a necessidade de desenvolvimento multiplataforma e a importância do desenvolvimento de software para o contexto de conectividade que se tem hoje.
Muitas empresas ainda tratam software como segredo.
Para discorrer sobre a necessidade do software ser aberto, livre, fácil de ser compartilhado e tudo o mais, Bruno fez uma afirmação para a qual muitos professores de engenharia de software torceriam o nariz:
Software é muito mais uma arte que uma engenharia.
e daí viria a necessidade de se mostrar o software e de se compartilhar código.

A rigor, a palestra continuou muito nessa linha. Ainda sobre a necessidade de portabilidade e tudo, apresentou-se um Java Ring e smartcards como hardwares capazes de executar a JVM. Próximo ao final, respondeu a algumas das perguntas que suscintou no início mas, intencionalmente ou não, encerrou a palestra às 16h00, sem tempo para esclarecer a todas, cedendo espaço ao próximo palestrante. Entretanto, Bruno Souza se comprometeu a responder às demais perguntas num bate-papo pelos corredores com quem estivesse interessado.

É isso.

E a de direito digital?

Em virtude dos pequenos problemas de horário e atrasos de palestras, acabei perdendo boa parte da palestra sobre direito digital. Mas ainda pude acompanhar o palestrante Ronaldo Lemos mencionando a questão de privacidade na internet, citando o caso Cicarelli contra YouTube, situação clara da desproporcionalidade da proteção do direito individual sobre o coletivo (um princípio constitucional).

Outros esclarecimentos importantes: sim, é possível trocar de licença, desde que para abrir mais, nunca para restringir mais. E ainda: ao usar uma licença livre, o autor não perde a autoria do software ou da obra, continuando sendo sempre o dono dela. Ou seja, aquilo que todo usuário de software livre sabe (ou deveria saber): se meu software estiver sob GPL, nada me impede de vendê-lo; ou ainda, um livro disponibilizado gratuitamente sobre Creative Commons na internet, pode ser vendido pelo autor a uma editora, sem problemas.

Enfim, houve muitas perguntas e não vou lembrar de todas, mas muitas foram dúvidas específicas do público. CC, plágio, aplicações em blogs, direitos no ciber-espaço versus territorial e congêneres foram os assuntos com dúvidas mais freqüentes. Mas foram todas muitíssimo interessantes. Me chamou atenção uma tônica que parece nortear o direito digital: a questão das cada vez maiores restrições impostas pelas leis versus as também cada vez maiores necessidades de liberdade de acesso, sociedade livre, e etc.

É um assunto muito interessante pra uns, e muito chato pra outros... então acho que já chega, não?

Primeira palestra da tarde (pós-almoço)

Putz, depois do almoço curto, com correria e fila, voltar pra assistir às palestras sem praticamente nenhum intervalo foi dose... Conforme o planejamento, fui para a de astronomia. O assunto até parecia bem interessante, mas achei muito focada para estudantes de astronomia, astrofísica e cia ltda.

Decidi seguir o conselho do colega Emanoel do Serpro de Fortaleza e ir à palestra sobre o editor de vídeo livre Cinelerra. Bobagem que fiz. A organização da palestra estava muito aquém -- sequer o computador com o programa instalado tinha, o que teve de ser feito na hora. Também deu problema no microfone, além de outros contratempos.

Muito de improviso, a palestrante Luciana empenhou-se em mostrar a interface do programa e tudo, mas nada além. Uma prática que estava programada também não houve. Uma pena, pois sempre ouvi falar que o Cinelerra é um software de alto nível para ediçào de vídeo e infelizmente não podemos comprovar. Fica para a próxima...

Palestra sobre a DIT (digital Interactive Table)

A palestra sobre a DIT, a rigor, começou mesmo com uma hora de atraso. Mas ao menos foi bem breve ainda que razoavelmente superficial. Grosso modo, pensem nessa Digital Interactive Table como uma espécie de monitor de vídeo touchscreen que fica na horizontal. Mas o legal mesmo são os aplicativos disponíveis. Maximizar janelas com os dedos, movê-las, desenhar, gerar efeitos esfumaçados e até rodar alguns joguinhos como uma versão modernosa do pong -- chamada de Wong, aqui (por sinal, haverá um campeonato logo mais à tarde). Tudo isso com a possibilidade de uso por múltiplas pessoas, possivelmente de forma colaborativa. O próprio Reactable é feito em cima dessa interface.

A palestra foi mesmo bem breve -- pouco mais de meia hora. Os dois palestrantes mostraram que o próprio teclado de computador é considerado o primeiro hardware multi-toque (quem nunca teclou ao mesmo tempo CTRL-ALT-DEL?). Também falaram das tecnologias que existem e são ssencialmente duas. Uma em que feixes infra-vermelhos são dados na lateral da superfície vítrea sendo por ela refratados, gerando espécies de áreas de sombra a partir dos pontos em que os dedos tocam a superfície. Outra, desenvolvida pela Microsoft é bem semelhante, mas emite feixes infra-vermelhos por sobre (o sob) o vidro.

Se essa tecnologia pode substituir as interfaces de entrada tradicionais (teclado e mouse) os palestrantes disseram que sim. Salvo engano -- os palestrantes eram espanhóis e a comunicaçào algumas vezes foi difícil -- há uma API em dó sustenido C# que abstrai detalhes de implementação em baixo nível.

Bem, é isso. Para mais detalhes, pesquisem na internet :-)

Dia II: a missão

Foi confirmada a grade de programação do #cparty. Putz, é muita coisa legal ao mesmo tempo e -- a menos que você tenha sido clonado duas vezes -- não dá pra aproveitar tudo.

Sendo assim, resolvi traçar a minha missão para este segundo dia:

  • até 9h29 - manhã de poucos eventos, talvez eu fique com Evolução da robótica;
  • 11h45 - Campus Futuro, pra ver a Digital Interactive Table, sem dúvida;
  • até 13h29 - pra relaxar depois do almoço, acho que vou assistir a umas partidas do Games;
  • 13h30 - lado nerd aflora; Quântica na Astrofísica, rs :-)
  • 14h30 - Direito digital, acho que pode ser bem útil;
  • 15h30 - Second Life ou Podcast fácil? Acho que vou decidir na hora...
  • 16h00 - ...mas vou sair antes pra ver a de desenvolvimento com Web2.0 e Ajax;
  • 17h00 - Google Gadgets, Tecnologia não faz um blog ou Flight Simulator RX - ou seria o bom o belo e o divertido?
  • 18h00 - Devo ver o que é Plataforma Morfeu? Ou melhor conferir os resultados do OLPC nas escolas?
  • 19h00 - Não posso perder o/a Ginga e a tv digital brasileira.
  • 20h00 - Microsoft XNA (putz, se o Romero tivesse aqui...);
  • 21h00 - Tema livre, não? É... se ainda tiver fôlego, hora coringa pra relaxar...

Ufa..., é isso! Espero conseguir seguir este planejamento. Voltarei a postar em caso de quaisquer novidades.

Até logo mais.

Pelotão, descansar.

Fim do primeiro dia do Campus Party. Hora de dormir... Dá uma certa pena deixar ocioso o link de 5Gb pra ter de dormir (ainda mais sem ter baixado nem a primeira temporada dos Simpsons toda :). Tentei ainda ficar até as 2h, mas agora realmente já é hora.

Pelo lado positivo, ao menos tenho a chance de mostrar as super instalações do acampamento campus tabajara-party. Ao lado vocês podem ver a "Vila Serpro" (reparem no detalhe do logo), alojamento de todos os bravos colegas que cá estão. Ao total são cerca de mil e quinhentas tocas-do-Gugu barraquinhas dessas no terceiro piso do pavilhão da Bienal, no parque do Ibirapuera.

Abaixo segue a minha barraca, com o kit de sobrevivência (da esquerda pra direita): colchonete de dormir -- agradeço ao colega Rafael Marconi de Salvador -- com um lençol, mala com pertences pessoais, bolsa da cia Telefonica (contém uma garrafinha dágua, uma camiseta e um monte de propaganda), cadeado sobre o livro "Amor, verbo intransitivo" de Mário de Andrade, e molho de chaves, tudo isso sobre pasta com papéis importantes e minha caixa de entrada GTD. Ainda tem dois cd's, cabo adaptador mini-usb, mochila para notebook, calça jeans e uma barrinha de cereal, além do meu par de tênis que estava tímido e preferiu não aparecer.

É isso. Vamos dormir que a noite será longa... ou não.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

"Caralh@#$%&! O Gilberto Gil é MUITO doido!"

Esse foi o comentário do colega Léo na abertura do Campus Party Brasil quando o ministro hacker, Gilberto Gil, entrou cantando (talvez grunindo, gemendo, ou fazendo beat-box, sei lá...) pra demonstrar o ReacTable, um revolucionário instrumento musical virtual colaborativo -- basicamente uma mesa de vidro com elementos (pequenas peças cúbicas, cilindricas e etc) com projeções que parecem ser as próprias ondas sonoras vibrando, e na qual se pode, virtualmente realmente, fazer tudo pra arranjar o som: alterar o comprimento das ondas, distorcê-las, uni-las e tudo o mais. Muito paidégua (ou como diria o povo aqui: muito sinistro)! Dê uma olhada no vídeo abaixo. Se você prestar atenção, a batida da bateria gera ondas na tela do ReacTable... (nota mental: comprar uma câmera de melhor resolução e com áudio...)

Tá, mas essa não foi a única coisa bacana da abertura do evento. Antes das 23h, horário definido como para a abertura oficial, houve uma contagem regressiva conduzida pelo Quasi, um robozinho que, com recursos de IA, interage com as pessoas e tudo. Pra se ter uma idéia, ao posicionar as câmeras para tirar foto dele, ele mexe os braços e fica fazendo poses(!).

Bem, ainda houve as partes das falas e homenagens e cia. Com a palavra franqueada, falaram Sério Amadeu, o diretor do evento, o cabeludo do Serpro RS, cujo nome não consigo lembrar agora... Marcelo Branco, (vulgo "free bolos" :), o próprio ministro Gil -- que aliás disse que é preciso bandalargar o Brasil, ao se referir à importância da tecnologia e da conectividade nos dias de hoje -- e outros (leia-se, prefeito de São Paulo, presidente da Telefônica, um ou outro pesquisador do CGI.BR, Fapesp e etc e tal).

Como novidades derradeiras a se informar neste primeiro (0-ésimo) dia, foi lançada a Tv do Campus Party Brasil, que transmitirá direto e ao vivo durante todo o evento. Mas, se você preferir acompanhar o evento pelos blogueiros de plantão, seus problemas acabaram: este link pode ser a sua salvação.

É isso, gente. Certamente houve mais detalhes durante o dia, como a experiência no "Kung-Fu Chute na Bunda", mas falo sobre isso com mais calma noutra hora). O evento começou empolgantemente. Veremos como serão os próximos dias. Até lá!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Campus-Party Brasil

É isso mesmo! De alguma forma consegui me juntar à equipe de "campuseiros" e também estarei, a partir de amanhã, no Campus-Party Brasil, talvez o maior evento geek do mundo. Assim, serei um correspondente cobrigndo o evento com relatos diários!

Não percam!

BlogBlogs.Com.Br

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O que dá pra aprender com os fãs de Lost?

Neste 31 de janeiro, estreou nos EUA, a quarta temporada da série Lost -- de que sou fã, diga-se.

Lost é uma série diferenciada mesmo. Os mistérios e as surpresas dos acontecimentos da ilha cativam e produzem ardorosos fãs. Além disso, a equipe de produtores é muito boa no marketing e na promoção da série. Neste ano, para tentar acalmar o ímpeto dos expectadores, foi lançado uma espécie de jogo de realidade alternativa chamado Find815. Iniciativa semelhante ocorreu também anteriormente num outro jogo chamado Lost Experience, que versava sobre alguns mistérios da trama.

Pra quem nunca ouviu falar, na ficção, 815 é o número do vôo da Oceanic Airlines que partiu de Sidney para Los Angeles em 22 de setembro de 2004, supostamente caindo sobre o oceano Pacífico, matando todos os 324 passageiros. (A propósito, pra quem não sabe, Oceanic é uma empresa de aviação fictícia, comumente usada em filmes e seriados de tevê). A trama de Lost é bem complexa. Há muitos detalhes que nos levam a duvidar dos acontecimentos, e tecer teorias mirabolantes sobre tudo. Mas isso fica para outra hora.

O jogo Find815 é basicamente a história de um ex-empregado da empresa de aviação inconformado por ter perdido a namorada aeromoça no acidente, e que busca informações sobre o que realmente possa ter ocorrido. A história é bem linear, mas como disse, os detalhes quase ocultos presentes no jogo é que fazem muitas vezes a diferença. E é sobre isso que vamos falar.

Vi que há jogadores fanáticos da série que escarafuncham tudo, desde possíveis mensagens cifradas em um áudio, ou uma análise quadro-a-quadro de vídeos e coisas do tipo. E há coisas legais para se aprender com isso.

Por exemplo, algum expectador mais atento percebeu que em certos pontos de um vídeo soam sinais semelhantes a código morse. Descobri então que existem páginas que traduzem mensagens em código morse. Já outro jogador descobriu uma mensagem subliminar em braile num outro vídeo (imagem ao lado). Aprendi então que existem sites também para tradução de código em braile. Também volta e meia acham-se palavras ou conjuntos de letras aparentemente sem sentido. Pois outro fanático resolveu pô-las num gerador de anagramas em busca de algo inteligível.

Além disso, localizadores de endereços, como o Google Maps, Yahoo Maps ou mesmo o MSN Live, também foram bem úteis. Ferramentas desse tipo também ajudaram a descobrir pontos no mapa a partir de coordenadas (latitude e longitude).

Enfim. Estas são apenas algumas coisas interessantes presentes no jogo (e de que estou me lembrando agora :-). Mas fica claro que este estilo de jogo de realidade alternativa é bem legal principalmente pra quem é curioso e tem espírito investigativo. Trata-se de uma boa diversão e, de quebra, permite descobrir coisas novas. Para mais informações sobre esse estilo de jogo, visite a página ArgBrasil.

É isso. Fiquemos na expectativa de Lost!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Pará também tem GuBro

Sim, é verdade! Hoje foi lançado o Grupo de Usuários do BrOffice do Pará - GuBro-PA.

O lançamento foi realizado também com o primeiro evento promovido pelo grupo: o Dia do BrOffice, que ocorre nesta quarta-feira, 30, no auditório do Cefet-PA. Um evento que já começa grandioso, acima de 100 inscrições e superando todas as expectativas.

O lançamento do GuBro-PA vem fortalecer ainda mais a comunidade de software livre do norte do país. Coordenado pelos amigos Edinéia Pereira e Raimundo Xavier e contando com apoio de diversas entidades como Serpro, Sucesu e Ausla, o grupo se constitui de mais um instrumento para promoção de qualificação profissional e inclusão digital na região, por meio de palestras, eventos e cursos de capacitação. Além, é claro, no incentivo ao uso do software livre, troca de experiências e congregação da comunidade de usuário entre si.

Aliás, devo dizer que fui gentilmente convidado pelos os coordenadores do grupo a ministrar uma palestra no evento (cujos slides estão disponíveis para download). Falei um pouco sobre criação de macros para a suíte OpenOffice.org, que é um recurso bem interessante apesar de muitas vezes pouco utilizado (okay, muitos usuários que usam esporadicamente um processador de texto pra digitar uma carta ou coisa assim talvez nem precise, mas para quem usa uma suíte de escritório no dia-a-dia, como ferramenta de trabalho de fato, é bastante útil).

Enfim, está de parabéns a comunidade de software livre paraense por mais esta iniciativa!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ah... Férias!

Neste final de semana estarei em viagem pra curtir as minhas férias e desacelerar um pouco sem computador e sem internet. Portanto o blog vai dar um tempo e, quem sabe, esticar até o carnaval :-P

Até lá!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Como funciona sistema de desafios no tênis

Aproveitando as férias de janeiro, pela primeira vez estou tendo a oportunidade de acompanhar um torneio de tênis com um pouco mais de atenção. No caso, o torneio aberto de tênis da Austrália (Australian Open).

Tênis é um esporte que me dá particular entusiasmo de assistir. Mas além das grandes jogadas e das partidas memoráveis, algo que é muito legal de se ver nessas partidas é o recurso de "hawk-eye" (do inglês, olho de águia), que é o que nós brasileiros conhecemos como tira-teima.

No tênis, isto também é chamado de desafio. Nas quadras que têm este recurso, caso um tenista se sinta prejudicado com uma marcação do juiz (achando que uma bola foi boa quando o juiz deu bola fora, e vice-versa) pode discordar da marcação chamando o desafio. Assim, um telão instalado na quadra mostra uma espécie animação com o replay da jogada com precisão eletrônica, dirimindo de uma vez por todas com qualquer dúvida, e evitando que se cometam injustiças.

Okay, mas como funciona? Quem não garante que não tem uma pessoa fazendo rapidamente uma animação 3D pra beneficiar um certo jogador? :-)

Bem, apesar de ser um recurso adotado de forma oficial apenas recentemente (desde 2005), tecnologias para sua implementação existem pelo menos há uns vinte anos. Essencialmente as quadras têm que ser equipadas com câmeras de vídeo de alta precisão (acima de 60 quadros por segundo) posicionadas ao seu redor. O conjunto de imagens é enviado em tempo real para um computador super potente que faz o processamento espacial dos objetos, sendo capaz de definir posição e trajetória da bola com altíssima precisão.

Assim, não há espaço para restarem dúvidas, mas nem por isso se tem menos emoção. Também não é um recurso obrigatório em todas as quadras. A quantidade de pedidos de desafio é limitada nos torneios. Geralmente cada tenista pode errar até um número máximo de desafios por partida (três, no Australian Open), podendo continuar desafiando a cada vez em que seu desafio foi procedente.

Por que falei isso? Neste caso, vejo que a tecnologia foi extremamente benéfica aplicada ao esporte. Então, qual seria a dificuldade de se pôr algo semelhante, p.ex., no futebol. Aqueles são alguns dos argumentos da FIFA para não autorizar maior uso de tecnologia (nem um replayzinho instantâneo é possível). Certo que seria complicado depender de alta tecnologia em partidas de futebol em países mais pobres. Mas será que nem numa Copa do Mundo, quando o país sede tem que provar que tem infra-estrutura adequada?

Enfim, é isso. Que acham vocês?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Do you speak english?

Depois de algum tempo e para ocupar um pouco mais durante estas férias de final de ano, decidi tornar a participar como voluntário de projetos de tradução de software.

Na lista Python Brasil, vi que havia uma articulação para traduzir a documentação original do PyGTK em inglês para o português do Brasil. Como Python é uma das linguagens mais legais que já tive contato, apesar de nunca ter programa nada pra valer nela, certamente esta é uma grande oportunidade de conhecê-la melhor e aprender.

O processo para tradução definido pela equipe e coordenado pelo amigo Eliezer não poderia ser mais simples: simplesmente acessar o site da documentação, salvar uma página do manual em inglês para o disco, traduzi-la e enviar o resultado à lista. Não sem antes indicar na página do wiki quais as páginas que você pegará pra traduzir, claro, para ajudar a coordenar as atividades e evitar o retrabalho de que outros venham a editar a mesma página que você.

No embalo, também acabei convencendo alguns colegas da equipe de tradução do livro "Controle de versão com Subversion" a retomar os trabalho, que estavam paralisados já há bastante tempo. Felizmente há bastante colegas interessados em tocar o projeto. Wesley "Blabos", Célio Cidral, Davi vidal, Giovanni Júnior e Valério Wittler (além de mim) somos -- por hora -- os "cavaleiros do apocalispe" com a missão de levar o projeto até o fim desta vez.

Necessário falar também de como as ferramentas do Google podem ser úteis para apoio a coordenação de projetos como estes. Na tradução do livro do Subversion, estamos utilizando planilhas online compartilhadas do GoogleDocs para controlar que usuário está traduzindo que parte do livro.

Além disso, para manter as atividades dentro do cronograma definido, criamos uma agenda no GoogleCalendar para o projeto, na qual marcamos as datas previstas para término da tradução dos capítulos. Nesta ferramente é possível configurar lembretes para aviso sobre proximidade do prazo. Tais avisos podem ir por e-mail ou um alerta de popup quando você estiver usando usando as ferramentas do Google, mas se você tem um celular habilitado, estes lembretes podem ir também por SMS, com bastante praticidade (desde que bem utilizados, não é Valério? rs :-)

Bem, é isso, gente. Vale lembrar que existem inúmeros projetos necessitando de colaboradores. E muitas vezes não é necessário ser aquele hacker maluco para contribuir. Seja com tradução, teste, utilização, ou mesmo divulgação, sempre há uma maneira de manter vivo o espírito do software livre. E se você interesse em colaborar com um destes projetos de tradução, cadastre-se nas respectivas listas e contribua.

Software livre é isso!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Chegou o kefir

Já ouviu falar de kefir? Não!? Eu também nunca tinha ouvido falar até semana passada, quando encontrei uma matéria no Uol sobre o assunto. Como gosto de coisas naturais, achei bem interessante e procurei me informar mais acerca disto.

Vi que o kefir é uma espécie de fungo (também chamado de cogumelo do leite, entre outros nomes) que pode ser cultivado no leite de forma a fermentá-lo, resultando num alimento lácteo probiótico e bastante saudável.

Isso mesmo: leite fermentado. Similar àqueles vendidos em supermercado. Mas com a vantagem de ter cerca de cinco ou seis vezes mais lactobacilos vivos que seus "primos" de prateleira. Além de ser um produto, obviamente, mais natural. Aliás, este kefir é um fungo extremamente sensível e, por isto, seu processo de industrialização é muito difícil, apesar de haver iniciativas neste sentido.

Também existe uma variante de kefir que é cultivada apenas com água e açúcar mascavo, usada preferencialmente por pessoas com intolerância à lactose. Com o tempo, os grãos vão crescendo. Em princípio, achei curioso quando soube que muitas pessoas doam os grãozinhos gratuitamente e decidi conferir. Depois de me associar ao grupo de usuários, procurei os classificados e, após uma semana, recebi-os da colega Gabriela Túlio -- a quem, aliás, devo meus mais sinceros agradecimentos por ter gentilmente atendido à minha requisição.

Vi que o cultivo demanda bastante cuidado. Assim, além dos benefícios para saúde, espero também ter disciplina para cuidar deles adequadamente. Tão logo haja mais coisas relevantes sobre minha experiência com kefir, certamente escreverei sobre elas no futuro.

Até a próxima.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Parabéns, Belém!

Hoje, doze de janeiro, é uma data especial. Aniversário de uma linda morena, amável e encantadora. Aniversário de fundação da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, nossa bela Belém!

Difícil descrever os diversos encantos e particularidades que esta cidade tem de especial. Talvez pelo clima, quente e úmido peculiar deste pedaço do Brasil.

Talvez seja pela gastronomia única que só o Pará pode oferecer. E isso só quem conhece açaí (o meu com açúcar e bem farinha, por favor), tacacá, maniçoba, tapioquinha ou mesmo uma pupunha com café preto sabe do que estou falando. Além de nossas exóticas frutas regionais, quase todas de sabor inigualável: cupuaçu -- minha fruta favorita, devo dizer, taperebá, bacuri e por aí vai (sem esquecer, claro, da nossa tradicional manga tirada do pé). Fica claro que são pra valer as palavras de nosso ilustre Mestre Pinduca:

Quem vai ao Pará, parou. Tomou açaí, ficou!
Talvez seja pela musicalidade da terra de Waldemar, do carimbó -- nossa dança mais tradicional, do lundu -- outra de maior sensualidade e do siriá, e também do tecnobrega (das aparelhagens como o Poderoso Rubi e o Treme-Terra Tupinambá-bá-bá-bá-bá... :-)

Talvez sejam as bençãos da Virgem de Nazaré, talvez a chuva das duas "que não pode faltar", a rivalidade e a paixão eterna do Re-Pa... Enfim, é difícil dizer o que há de mais encantador esta cidade.

Mas se há uma pessoa que talvez tenha conseguido expressar todo o sentimento que Belém desperta esta pessoa é Chico Sena, cuja canção "Flor do Grão Pará" (ouça-a aqui) foi eleita como a música que mais tem a cara da cidade. Tal como "Sampa" para a capital paulista ou o "Samba do avião" para o Rio de Janeiro.

Enfim... Esta é ou não é a cidade mais paid'égua do Brasil?

Parabéns, Belém!