sexta-feira, 27 de junho de 2008

Colabore com a Wikipedia

...ou outro projeto livre de sua preferência e concorra a um ASUS EeePC!

Esta é a promoção que os sites Br-Linux.org e Efetividade.net (ambos do colega Augusto Campos) estão promovendo. A campanha visa incentivar mais gente a colaborar, de alguma forma, com projetos de software livre.

Existem muitas formas de colaborar com projetos de software livre. Se você é da área de computação, a ajuda mais óbvia é mesmo código, implementação de funcionalidades, correção de bugs e afins. Mas se você é usuário que não entende muito de programação, sugerir funcionalidades que você gostaria de ter no seu software é sim uma grande ajuda.

Em meus cursos de conscientização para o software livre, sempre menciono o poder do trabalho colaborativo, p.ex., na Wikipedia -- a maior enciclopédia online existente. Já imaginou a quantidade e diversidade de informação que cada um de nós é capaz de produzir em conjunto? Trabalho colaborativo é isso. Você entende bastante de futebol, ou sabe muito sobre o seu time de coração? Gosta muito de música ou é fã de algum artista em específico? Escreva na Wikipedia. A quantidade de temas com os quais você pode contribuir são inúmeros. Então, se você ainda não tem, faça já seu cadastro na Wikipedia e colabore.

Também é possível contribuir com projetos de software livre de outras maneiras, como traduzindo, compartilhando experiências com outros usuários (seja em fóruns ou listas de discussão), fazendo doações, ou até mesmo divulgando e incentivando uso. Algum software ou projeto livre foi importante pra você numa dada circunstância? Fale para outras pessoas. Isto é uma excelente forma de ajuda.

Para exemplificar, lembro-me de um caso bem específico em que um projeto de softaware livre salvou a minha pele e que vale a pena contar. Em 2006 (antes da Sun liberar a API de Java em GPL) precisava de uma certa modificação na classe ProgressMonitor que me permitisse desabilitar o botão cancelar depois de um certo tempo. Como não conseguia fazer isso fácil, pensei em estudar o código-fonte da classe que vinha com JDK e alterá-la de acordo com minhas necessidades. Qual não foi a minha surpresa -- naquela época -- quando descobri que apesar de ter o fonte NÃO poderia fazer qualquer mudança pois a EULA (end-user licence agreement), item "D" do Java me proibia explicitamente sob pena de violação de licença.

Acabei encontrando o projeto GNU Classpath, que tinha implementações similares às da API padrão mas sem restrições de uso, o que me permitiu modificar a referida classe de acordo com as minhas necessidades, me poupando diversas horas de desenvolvimento. O Java hoje é livre e muita coisa mudou, mas não deixo de indicar sem problemas: usem GNU Classpath!

Então, se você já tem um blog e não tem muita inspiração para escrever, que tal contar sua experiência como usuário de software livre? Colaboração é isso.

Além da Wikipedia, outros projetos com os quais você também pode contribuir para participar da campanha são:

  • Creative Commons - licença de livre compartilhamento;
  • JQuery - biblioteca para manipulação de javascript (devo falar mais dela aqui no blog futuramente);
  • OpenSSH - ferramenta segura para administração remota de servidores;
  • PythonBrasil - talvez o grupos de usuários mais organizados e ativos com o que já tive contato.
Para mais detalhes da campanha, veja as regras da promoção e participe - quanto mais divulgação, maior será a doação do Br-Linux e do Efetividade, e você ainda concorre a diversos brindes! Recado dado. É isso, gente. Grande abraço e até a próxima!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

I Fórum de Tecnologia em Software Livre do Serpro Belém

O 1º Fórum de Tecnologia em Software Livre Serpro Regional Belém, aconteceu no período de 14 a 16 de maio. No primeiro dia do encontro, estiveram presentes várias pessoas representando as Instituições de Ensino Superior, Órgãos do Estado e Grupos de Usuários para prestigiar e compartilhar conhecimentos sobre essa tecnologia. Foram programadas para os três dias do encontro, várias palestras e apresentações de experiências sobre o tema. Ao final de cada expediente foram sorteadas camisas e canetas oferecidas pela equipe de software livre e a ASES Belém - Associação dos Empregados do Serpro Regional Belém.

No primeiro dia do evento foi contabilizada a participação de 192 pessoas, entre empregados e convidados, os quais destacam-se : João Carlos Bier (Consultor da Companhia de Informática do Paraná – Celepar), Elisabeth Ribeiro Eloy (Gerente do Projeto E-Car – Sunne/Serpro), Sandra Rocha (Coordenadora Projeto SET da Universidade Federal do Pará, UFPA), Lourenço Monteiro (Coordenador do Curso de Sistema de Informação do Centro Universitário do Pará, Cesupa), Marcelina Pereira (Coordenadora do Governo Eletrônico de Acesso ao Cidadão - Gesac/Seduc), Gerson Lima Vieira (representando a Divisão Tecnologia da Receita Federal do Brasil - Ditec) e Diego Lisboa Cardoso (Diretor de Tecnologia da Seduc, PA).

A primeira palestra do dia foi apresentada por Moacir Monteiro e Antônio Carlos com o tema Inclusão Digital/UCA. Nesta palestra foram apresentados os vários projetos de inclusão digital realizados pelo Serpro e a parceria entre o Serpro/Seduc nas escolas públicas do Estado do Pará. Em seguida ocorreu uma amostra de experiência sobre o software livre com o tema “Turma do Açai”, que foi ministrado por Rosinaldo Pinheiro (Seduc-PA).

No final da manhã, ocorreu oficialmente a abertura do I Fórum de Tecnologia em Software Livre Serpro Regional Belém, com a palavra de Raimundo Xavier, Coordenador do Comitê de Software Livre Belém que agradeceu a presença de todos, falou sobre a importância em se utilizar esta ferramenta e o papel do Serpro a frente do Software Livre, logo em seguida, Laury César Silva Andrade, Coordenador da Ação Corporativa a Nível Regional – ACNR, deu as boas vindas e parabenizou a realização do evento. Na abertura falaram também Sandra Rocha (Coordenadora Projeto SET da Universidade Federal do Pará) e Lourenço Monteiro (Coordenador do Curso de Sistema de Informação do Centro Universitário do Pará, Cesupa).

No período da tarde ocorrem as seguintes palestras:

  • E-Car, proferida por Elisabeth Eloy e Rogério Ueda, Sunne/BSB - esta ferramenta possibilita o acompanhamento, desenvolvimento de projetos e permiti ainda a parametrização de estruturas, funcionalidades e perfis conforme o cliente. Este sistema foi desenvolvido pela Celepar para gerir e controlar os projetos de planejamento da mesma. O Serpro passou a utiliza-la a partir deste ano;
  • Dot-Project, Kleber Carneiro, Tiblm - uma apresentação geral da ferramenta, com seus principais recursos para gerência de projetos em software livre;
  • Projeto Escola de Fábrica/Jovem Aprendiz, ministrada por Márcia Brandão e Erika Moraes, estes programas foram criados pelo Governo Federal, os quais oferecem a oportunidade de formação inicial e continuada a jovens de baixa renda e como a Empresa vem desenvolvendo-os na Regional Belém;
  • Boto Set Linux, Rosistela Pereira de Oliveira, repassou aos presentes que este projeto é uma parceira da Seduc com a UFPA e, esta ação contribui com mais um passo importante para a inclusão social digital por meio do software livre. O “Boto Set Linux” é um software livre que aperfeiçoou um outro através da ferramenta Set (desenvolvida pela UFPA) para melhorar a estrutura tecno-pedagógica nas escolas estaduais.
No segundo dia, 15/5, sete palestras ocorreram e contou com a participação de vários profissionais e alunos interessadas no tema. Seguindo a programação, foram apresentadas as seguintes palestras:
  • TELE IP”, proferida por Adriano Martins.
  • "Portais GTIC – Utilizando Zope e Plone”, onde José Maurício Lobato, Superintendência de Produtos e Serviços – Rede, Supre/RJ, falou sobre sua experiência na Supre no desenvolvimento do Portal GTIC (Gerenciamento de Tecnologia de Informação e Comunicação) utilizando ferramenta livres ZOPE/PLONE.
  • BrOffice.org e o Padrão ODF”, Raimundo das Graças Lima Xavier do Setor do Atendimento Especializado Belém, Gsblm, enfatizou sobre a importância em se utilizar o sistema livre e o formato ODF (Open Format Document), observando que a grande intenção do ODF é promover uma alternativa aos formatos proprietários de documentação, para que organização e os indivíduos não fiquem aprisionados em um único fornecedor.
  • Nova Distro Ubutu”, Davis Victor Feitosa de Oliveira - Tiblm, e Paulo Arruda - Tigte/RCE, repassou aos presentes como o processo de migração das estações de trabalho do Serpro, utilizam o Sistema Operacional Linux/Fedora Core 6. Nesta apresentação foram distribuídos alguns CD's do Ubuntu aos presentes.
  • Correio Livre Expresso”, Adriano Martins da Supti/BSB, o sucesso da experiência da empresa na plataforma livre e de como agrega a rede Serpro e seus Clientes um Groupware de email em software livre e o tráfego de email e informação em âmbito do governo federal.
  • Assinatura Digital no BrOffice.org”, Cláudio Ferreira Filho, presidente da Comunidade BrOffice.org, falou da importância da assinatura digital que garante a autenticidade dos documentos e há entidades especializadas (os cartórios) em assegurar a origem desses importantes pedaços de papel e principalmente o uso de documentos no BrOffice.org;
  • 10 Dicas no BrOffice.org”, Francival Lima da Gsblm, mostrou várias dicas e técnicas sobre a utilização do BrOffice que melhoram e auxiliam a produtividade do usuário.
No último dia 16/5, o evento aconteceu dentro da programação esperada e os temas foram:
  • Rede Local em Software Livre (RLSL)”, palestrante Paulo Arruda – Tigte/RCE; fez um retrospecto da utilização de software livre no Serpro, com foco na RLSL - Rede Local Software Livre mostrando os serviços disponibilizados e vantagens obtidas. Pequena abordagem sobre a nova distribuição para estação de trabalho.
  • Ambientes de Integração Continua, testes e repositório de componentes”, palestrante Allan Lima - Supde/FLA, que repassou para pláteia sobre a ferramenta que facilita o dia-a-dia de implementação de um projeto, proporciona uma infra-estrutura para inspecionar a qualidade do código e detectar antecipadamente problemas, além disso, dá suporte à testes de unidade automática, inspeção da qualidade do código fonte e permite sempre ter uma versão pronta para instalação do sistema;
  • Mantis: Visão Geral da ferramenta de Bugtracking”, palestrante Lenon Raiol - Sunat/BLM, foi repassado uma visão geral da ferramenta bugtracking mantis, mostrando com a mesma pode auxiliar no registro, acompanhamento e gerenciamento dos problemas encontrados durante a fase testes de software;
  • Vídeo Conferência Livre”, palestrante Mário Evangelista Neto – Supre/FLA, apresentou como funciona um sistema de video conferência em software livre, as tecnologias utilizadas, equipamentos e infra-estrutura de rede necessária, foi apresentado o “demo” de como instalar, configurar e customizar a solução openmash de video conferência livre;
  • Desenvolvimento WEB com padrões W3C”, palestrante Marcelo Andrade - Deblm, o foco principal apresentado foi a necessidade de se desenvolver sites e aplicações web dentro dos padrões definidos pelo W3C, foram apresentados algumas ferramentas e extensões a nevegadores web (como Mozilla Firelox) úteis ao trabalho do desenvolvedor;
  • Introdução ao Python”, palestrante Marcelo Lobo - Reblm, foi dado uma breve introdução sobre linguagem de python e apresentado suas características e paradigma, suas aplicações e os passos futuros de linguagem.

O Comitê Regional de Software Livre em nome do Coordenador de SL agradece e parabeniza todos envolvidos na organização do evento, que contou com a participação de diversos profissionais, os quais, se empenharam ao máximo em cooperar e compartilhar o conhecimento em tão pouco tempo. O I Fórum de Software Livre em Belém foi um sucesso absoluto!

Da Comunicação Social do Serpro Regional Belém.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Regulamentar a profissão? (S/n)

Nas últimas semanas, voltou à tona um assunto polêmico: a regulamentação da profissão de informática no Brasil. Depois de um bom tempo engavetado, o projeto de lei 1947/03, que versa sobre o tema, obteve parecer favorável na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Congresso Nacional através do senador Expedito Júnior, do PR de Rondônia.

Em meio a opiniões favoráveis e contrárias à idéia regulamentação da profissão de informática, há alguns pontos a serem ressaltados. Por um lado parece haver uma insatisfação dos profissionais por conta de uma desvalorização atual da profissão e de uma possível concorrência desleal sofrida pelos profissionais com formação superior nas universidades para aqueles com formação mais técnica advindos dos inúmeros cursos de informática que existem a cada esquina.

Quanto à desvalorização da profissão, de fato, ainda que não se possa generalizar, não é difícil, p.ex., encontrar editais de concursos tais como o abaixo (vê-se também que casos desse tipo não estão restritos apenas à área de informática):

CARGO: Analista de sistemas REQUISITOS: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação em nível superior em Ciência da Computação, Engenharia de Software, ou Tecnologia da Informação (..) REMUNERAÇÃO: R$ 540,00 (..)

Por outro lado, talvez não faça sentido falar em competição desleal entre o profissional saído das universidades e aquele saído das escolas de informática. Independentemente da questão da qualidade do ensino superior no Brasil, tem-se visto que o próprio mercado trata de diferenciar os bons dos maus profissionais.

A questão parece ser que mesmo o diploma universitário não é garantia de que profissionais qualificados cheguem ao mercado. E talvez seja esse ponto mais controverso da atual proposta de regulamentação: restringir o mercado de informática a profissionais com diploma independentemente da sua qualificação (diferentemente, p.ex., da Ordem dos Advogados do Brasil, cujo exame para exercer a profissão impede que cheguem ao mercado profissionais sem a devida qualificação).

Outros pontos que merecem discussão, sem dúvida, dizem respeito ao profissionais com certificações de mercado (como LPI e outras) além da definição do "escopo" da área de informática (afinal, seria necessário registro para trabalhar com bio-informática ou mecatrônica, p.ex.?). Também é verdade que ter a profissão regulamentada poderia ser um meio de evitar os muitos casos de maus profissionais (entendam-se, o famoso "sobrinho" que entende de informática) que prestam serviços de baixa qualidade principalmente à micro e pequenas empresas -- e cujos maus serviços refletem sim à sociedade que não tem quaquer controle sobre esse tipo de profissional. Ao mesmo tempo pensa-se se seria justo condenar os bons profissionais free-lancer e auto-didatas sob pena de exercício ilegal da profissão.

Enfim, para concluir este texto, gostaria claro, de conclamar todos à reflexão desse tema que muito tem a contribuir com nossa sociedade. Não sem antes mencionar ainda que o guru do movimento de software livre, Richard Stallman, é contrário à tal iniciativa;mas também que há especialistas que dizem que o desenvolvimento de software livre, p.ex., seria pouco afetado.

Por hora é isso. Até a próxima, gente!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Ajude a tonar o ODF uma norma técnica nacional

ODF é a sigla para Open Document Format. Trata-se de um modelo arquivos eletrônicos em aplicações de escritório, como documentos, cartas, relatórios técnicos, memorandos, ofícios, livros além de planilhas, slides de apresentações, bases de dados e até gráficos.

Certamente todas as pessoas que trabalham com computadores já lideram com arquivos desse tipo em aplicações de escritório. São arquivos muitíssimo populares. Windows, Word, Excel e PowerPoint estão na grade de diversos "cursos de informática" (na verdade, cursos básicos de aplicações MS, pois informática vai muito além disso) por aí,

A propósito, neste cenário, quem nunca teve problema enviando um arquivo .doc salvo numa versão do Word a um amigo que não o conseguiu abrir por ter outra versão do MS-Office? Este é um problema extremamente comum e que já custou até vidas. Na tragédia do tsunami no leste asiático de 2004, pessoas deixaram de ser atendidas por causa que documentos de requisições de remédios simplesmente não puderam ser abertas por problemas deste tipo.

Mas antes que tentem pôr qualquer justificativa, é bom ressaltar que a principal razão para este problema é que os documentos da suíte MS-Office são um completo mistério. Um segredo comercial conhecido apenas pelo fabricante. O que gera uma dependência tecnológica nociva principalmente aos países em desenvolvimento -- como o Brasil.

Desde os últimos 10 ou 12 anos surgem iniciativas para padronizar documentos eletrônicos de escritório. ODF é o ápice da evolução destas iniciativas. Simples, coeso, livre e acessível. Há algum tempo foi adotado como padrão internacional pela ISO. E agora é a vez do Brasil!

Está aberta até o final de março, consulta pública sobre a adoção do ODF como norma técnica ABNT para representação de documentos eletrônicos. Para apoiar esta iniciativa, visite o site. No meio da relação de normas propostas, vai estar:

(01) ABNT/CB-21 COMPUTADORES E PROCESSAMENTO DE DADOS, Selecione o item, depois clique na lupa e dê seu voto a favor do projeto (se possível, com a opção "Aprovado sem restrições". ;-)

Pronto. Depois de um cadastro é bem RÁPIDO e FÁCIL, seu voto será confirmado por e-mail.

Se você quer saber mais sobre o padrão ODF, informe-se. Não deixe também de participar da comunidade BrOffice.org e dos grupos de usuários, p.ex. o nosso GuBrO-PA.

É isso.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Xô Uruca!

29 de fevereiro é uma data única. Bom momento para recomeçar? Então: Uruca!

Bola pra frente...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Seja desconfiado, sempre (ou golpe via classificados)

Pessoal, ontem infelizmente passei por uma terrível experiência, mas me sinto na obrigação moral de compartilhá-la, até como alerta a vocês. Há duas semanas anunciei a venda de meu notebook nos classificados. Havia adquirido um no final de 2006 quando estive lecionando na UFPA. Mas no momento, pressionado por algumas dívidas, poderia me desfazer dele sem problemas. Inicialmente tentei oferecê-lo aos amigos mais próximos e ainda no MercadoLivre, mas sem sucesso.

A propósito, o anúncio no MercadoLivre tornou-se um grande estorvo. Um golpista safado insistia em comprar, forjava e-mails do MercadoLivre, PayPal, Bank of America e até Banco do Brasil para tentar induzir-me a enviar o produto a partir de um (falso) comunicado de pagamento . Acabei desistindo.

Anunciei entãos nos classificados "tradicionais" de um jornal de grande circulação aqui em Belém. O anúncio foi publicado no mesmo final de semana. Na quinta-feira, recebi o contato de uma mulher chamada "Michele" que mostrou muito interesse em adquirir o aparelho. Combinamos em casa na sexta-feira, 8, mas ela não aparecera. Na semana seguinte, como vocês acompanharam, estive representando minha empresa no Campus-Party Brasil. Como tal mulher insistisse em ligar para casa posterguei qualquer contato para quando estivesse de volta.

Regressando à Belém, "Michele" contactou-me novamente para ver o aparelho. Acabei combinando na quinta, às 19h. Às 21h, chegam em casa a dita "Michele" e um rapaz que se disse ser o namorado que entende de informática. Infelizmente na exata hora em que chegaram eu estava quase cochilando na sala e só me dei conta quando minha esposa já tinha dado entrada a eles. Estranhamente, não demonstraram interesse pelo notebook (não perguntaram configuração, motivo da venda, tempo de uso... nada). Logo em seguida, os dois se aproximaram de um canto e o filho-da-puta indivíduo sacou de uma arma da bolsa da mulher. Naquele instante, quase tive um treco, não percebi mais meus pés no chão e estive a ponto de desfalecer. Os dois pegaram as chaves da casa, fecharam as janelas, e deram entrada a outros dois bandidos também armados...

Os cerca de 45 minutos que se seguiram foram de intensa agonia. Tudo bem que -- graças à Deus e a nosso anjo da guarda -- sem violência, mas com muitas ameaças verbais e o deboche próprio dos vagabundos. Tivemos de assistir incólumes a toda a nossa casa ser saqueada. Eu disse TODA! A rigor, deixaram-nos apenas com as roupas do corpo e os eletrodomésticos maiores. Desde sandálias e roupas íntimas levaram... Celulares, dinheiro, relógios, muitas peças de roupa, equipamentos do computador, malas de viagem... Não levam a tevê por não conseguirem carregar. Depois de uns telefonemas, lá fora um taxista parecia aguardá-los. Trancaram-nos então em casa e levaram consigo o molho de chaves. Por sorte, conseguimos sair pois os patetas não se aperceberam que eu trazia comigo também minha cópia das chaves em meu bolso. Obviamente, trocamos todas as chaves de casa após isso.

Okay, mas o que aprender com essa experiência? Que não se deve descuidar da segurança em nenhuma hipótese nem por um único instante. No ímpeto de conseguir vender a mercadoria, acabei errôneamente abaixando meu desconfiômetro. Fazendo um balanço, agora posso enumerar os pontos ou dicas de segurança que poderiam ter me ajudado a evitar este golpe dos classificados. Terá valido meu dia a pena se uma das dicas abaixo lhes for útil de alguma forma:

  • dê um telefone com identificador de chamadas como contato do anúncio;
  • peça sempre um telefone fixo para contato com o interessado. Não aceite somente contato por celular ou e-mail;
  • sempre indague bastante seu possível cliente: onde mora? por que quer comprar? no que trabalha? tem outras ofertas em vista?
  • se preocupe em fazer mais perguntas sobre o produto ao cliente que respondê-las. Se o cliente realmente está interessado, ele se informou e sabe algo sobre o que quer;
  • seus dados são sagrados. Se policie para nunca mencionar diretamente seu endereço e de seu trabalho, seus números telefônicos e nomes das pessoas próximas a você;
  • nunca combine de fechar a transação em sua casa. Se possível, combine em locais amplos e com grande fluxo de pessoas, como shoppings centers ou praças, e melhor ainda se puder ir com acompanhante;
  • nunca combine de ir à casa da pessoa que lhe contactou. Vale inclusive se você for cliente. Aliás, tenha em mente que estelionatários e assaltantes também publicam anúncios nos classificados;
  • saiba blefar! Mencionar despretenciosamente, num contato telefônico, aquele colega da vizinha do seu tio que é investigador da polícia não custa nada, não?
  • pense como um bandido. Faça um exercício de esquecer seu autruísmo. Se você fosse mal-intencionado(a) e dependensse disso para comer no dia seguinte, o que você seria capaz de fazer?
  • por fim: seja desconfiado, sempre! Recuse imediatamente propostas que pareçam muito fáceis ou demasiadamente vantajosas. Fale em dinheiro logo nos primeiros contatos. E converse sempre o que for possível sobre o que está havendo com seus amigos, familiares e colegas de trabalho para trocar opiniões.

Bem, como não poderia deixar de ser, este post tornou-se muito longo. Espero sinceramente ajudar a que mais pessoas não sejam vítimas de qualquer golpe desse tipo como eu o fui.

É isso.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Velhos conhecidos, novos amigos

Clima de encerramento do Campus Party Brasil, hora de confraternizar com os (recém) colegas da blogosfera -- primeira vez que esta palavra aparece aqui. Aliás, isto foi uma das coisas mais curiosas que aconteceram: estar sentado do lado de pessoas com quem você já conversa há tempos, conhece o trabalho e nunca havia visto pessoalmente.

Agradeço a todos os amigos e amigas que conheci aqui, a saber: Pablo Emílio (Lixos e Pérolas), Rodrigo (Jacaré Banguela), Matheus (eoqha.net), S1mone (querida amiga de webstandards-br e do Pixeladas Aleatórias), Kakah (Meu Veneno), Mirian (susbstantivolátil), Manoel "Sayid" Netto (Tecnocracia), Bruno e Rafael, entre outros.

Também não posso deixar de mencionar todos os colegas das palestras principalmente de desenvolvimento e software livre (não citarei todos os nomes pra não me arriscar a esquecer alguém e cometer alguma injustiça).

Grato a todos(as) pela dicas, pela amizade e pela convivência nesta semana. Grande abraço e até a próxima.

Resumo (ou meio resumo) de sábado

Bem gente, hoje, penúltimo dia de Campus Party -- na realidade, último, pois amanhã o evento encerra às 14h -- o resumo vem no meio da tarde. Novamente está sendo dia de desenvolvimento. A rigor, continuação das palestras anteriores sobre os mesmo temas: desenvolvimento de jogos, linguagens Lua e Ruby. Houve um tutorial de Blender -- eu falei, B-L-E-N-D-E-R -- no espaço de software livre, mas como era no mesmo horário dessas de desenvolvimento, não assisti.

A primeira palestra da tarde já valeu o dia: Edgard Damiani fez um relato de sua experiência com desenvolvimento de jogos. A palestra foi bastante motivacional. Edgar enfatizou que os jogos devem surgir para cumprir seu papel de entretenimento. Pra ilustrar, convidou pessoas da platéia para jogarem no emulador de Atari 2600, o Stella. Criticou enfaticamente o que chamou de "inversão de valores" de desenvolvedores que priorizam detalhamento gráfico e tudo, ao invés de simplicidade, jogabilidade e divertimento. Precisa de um super gráfico pra ser divertido? Não, indagou.

Ainda segundo ele, é preciso meter a mão na massa e fazer. São várias as empresas de games que começaram da união de como fundo de quintal, mesmo. Usando as palavras de outro gamer conhecido, "os dez primeiros jogos que você fizer serão ruins", mas ainda assim, faça-os, aprenda, ganhe experiência -- foi a mensagem. Edgard também criticou a visão que ainda há de que jogos são coisas pra crianças (citou o deboche de uma secretária do ministro Gil, apresentando os projetos numa competição de games, como "joguinhos"). Ainda reforçou a filosofia do software livre com compartilhamento de código, com aprender estudando o que outros fizeram, ao invés da mentalidade que ainda existe de esconder, fechar algorítmos e atravancar a evolução tecnológica. Realmente foi uma palestra empolgante! Edgard ainda voltaria ao final da tarde para falar sobre efeitos de shader com o software Render Monkey.

A seguir, as palestras sobre Lua e Ruby deram seqüência às dos outros dias, com breves tutoriais de apresentação das respectivas linguagens. A propósito, os slides das palestras de desenvolvimento já estão disponíveis.

Para promover a área de casemod -- em especial estes dois modelos -- quem apareceu foi o cineasta José "do Caixão" Mogica Marins. Infelizmente, ficamos sem o registro, mas acreditem... Às 16h, os pilotos da Stock Car Cacá Bueno e Daniel Serra estarão dirigindo o simulador direto da feira do evento. Estarei lá!

Acho que é isso. Se houver algo relevante até a noite, registrarei aqui sem dúvida!

Resumo de sexta

Hoje, a grande maioria das palestas da área de desenvolvimento seriam muito boas. Uma tarde inteira garimpando Ruby até na Lua. As de Lua foram apresentadas por Sérgio Queiroz, estudante da TecGraf da Puc-Rio, de onde saiu a linguagem. Já sobre Ruby on Rails quem palestrou foi Júlio Monteiro, um usuário avançado da linguagem.

Em ambas, foram mostrados aspectos técnicos, histórico e características das linguagens. Falando brevemente, como já dito, Lua surgiu no laboratório de tecnologia de computação gráfica da Puc-Rio em 1993, ganhando mais notoriedade internacional a partir do momento em que a LucasArts a utilizou em grande parte do desenvolvimento do game Grim Fandango e, por suas características, a linguagem acabou sendo bastante adequada ao desenvolvimento de jogos.

Ruby, por sua vez, surgiu no Japão, também no início da década de 1990. Apesar de sua larga utilização, seu uso pelo ocidente só se intensificou com a tradução de toda a documentação para o inglês. Já o framework Rails foi desenvolvido para dar apoio à criação do sistemo de projetos BaseCamp. A idéia é conter bastante coisa pronta para só efetivamente programar nos casos particulares e exceções.

O amigo Ézyo lembrou-me de aproveitar o ambiente para fazer contatos para palestras aqui em Belém no Fórum Paraense de Software Livre. Fiz questão de convidar os palestrantes das duas linguagens, além do Luciano Ramanho da comunidade de Python -- isso certamente poderá dar uma boa mesa redonda. Também consegui falar com o próprio Sérgio Amadeu que se prontificou. E ainda o colega Paulo, com o Ginga, o middleware para tv digital do Brasil.

Curioso que ambos palestrantes citaram o ranking do TIOB de linguagens de programação.

Hoje também foi dia de Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, falar no Campus Party. Essencialmente contou sua experiência na viagem, os treinamentos, a rotina e tudo o mais. Fiquei trabalhando num site nosso e aproveitando as dicas dos colegas blogueiros durante o resto da noite.

Um ponto positivo a destacar que soube foi o desfecho de uma tentativa de furto de notebook. Dois garotos tentaram sair do pavilhão com notebook sem ter o número de cadastro. O segurança não teve dúvidas: os abordou e os encaminhou à delegacia de polícia. É um ponto positivo pois não tínhamos noção se furtos seriam, ou não, contidos. Ponto para a segurança do evento!

É isso.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Revivendo um clássico

O que você acha que o cara abaixo está fazendo?

Jogando River Raid, oras!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Resumo de quinta (da quinta)

Neste quarto dia de Campus Party Brasil, pela manhã houve uma palestra de um tema interessante: gestão eletrônica de documentos. Infelizmente (novamente) houve algum problema com o horário e acabou atrasando mais de uma hora. Registrei apenas o áudio, pois pretendia estar no InstallFest de Slackware.

Ainda pela manhã, assisti a uma parte do Seminário Nacional de Inclusão Digital, que abordava o tema com representantes de vários programas nacionais de telecentros. Na ocasião, inclusive, falou o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazzoni, dentre outros.

Como ponto negativo, um problema que está se acentuando nestes últimos dias é o som. As equipes de apoio de todas estão deixando o volume do som dos microfones dos palestrantes num nível demasiadamente alto, o que além de irritante e estressante, acaba prejudicando a atenção aos temas. Um exemplo foi a oficina de Gimp no stand do Serpro da qual participei. O instrutor tinha praticamente que gritar para passar as orientações a todos. Acabamos seguindo os tutoriais do site.

O ponto alto foi mesmo a palestra do John "Maddog" Hall sobre software livre. Com um clima meio nostálgico no ar, ele fez um pequeno histórico do software livre, da necessidade de compartilhar código (ou o que quer que seja), do custo que é ter software que não funciona, ainda que tenha sido comprado a preço baixo ou obtido de graça (o mito do custo total de propriedade) -- afinal, seu tempo gasto para lidar com software mal-feito poderia ser melhor usado em prol de sua própria qualidade de vida. Muito boa a palestra!

Ao final do dia, ainda assisti a uma parte da palestra sobre SecondLife com Guilherme Tsuboca (acho que o nome é esse) da empresa KaizenGames. Foram mostrados vários vídeos com explorações de algumas possibilidades no mundo virtual. Apresentou dois jogos desenvolvidos pela empresa e que serão lançados ao final do Campus Party: um futebol pelada e um kart. Outro exemplo interessante consistia em uma espécie de túnel ou labirinto com paredes de tapumes de pano por onde as pessoas devam passar. Nestes tapumes eram projetadas imagens direto do jogo, para simulações ou passeios virtuais. Acho que é isso.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Resumo da quarta

Antes de começar, uns comunicados sobre a cobertura do Campus Party Brasil. Primeiro, decidi fazer um post por dia -- é muito chato ficar com o notebook pra lá e pra cá e ter de ficar sendo revistado pelos seguranças o tempo todo. E segundo, acabou novamente a (pouca) carga que tinha dado nas pilhas da máquina, então fotos agora (infelizmente) serão raridades. E mesmo se houver uma ou outra momento que mereça registro, certamente porei em algum link no Flickr ou coisa do tipo. Então, não deve fazer muita falta.

Isto posto, vamos aos fatos. Pra começar, não peguei nada de muito interessante pela manhã. Voltei novamente ao Kick Ass Kung Fu, onde joguei com um outro colega que fazia capoeira e quase batemos o recorde do jogo :-). Terminaram de montar o ambiente virtual de imersão, mas com tanta gente, não consegui jogar.

A decepção ficou por conta do robozinho Quasi. Fui lá numa boa conversar com ele e tal. Pelo que vi no primeiro dia, pensei que era um puta sistema de inteligência artificial com um módulo sintetizador de voz duca... Tentando pegar o tal robô, perguntei-lhe: "Quasi, qual o sentido da vida?". Minha surpresa quando ele respondeu que leu isso num livro uma vez e a resposta era 22 (!?!). Depois vi que, na verdade, há um controlador que fica manipulando-o e dá vida ao robô. Um fantoche cibernético. O legal é que ele é muito bem feito. A "boca" do robô articula perfeitamente a pronúncia das palavras e tudo.

Nas palestras, fiquei praticamente todo o dia no software livre. Participei de uma introdução ao Ginga com demonstrações e tudo, mas muito básica. Depois houve um tutorial de segurança com configuração de honeypots ativos, direto com um pessoal do NIC.BR, muito interessante. Mais à noite ainda houve introdução ao Python com Luciano Ramalho do PythonBrasil -- excelente, e ainda percebo o quanto ainda podemos avançar com o Python aqui em Belém e ainda uma outra sobre o formato ODF (muito boa também, mas a rigor com pouca novidade pra quem assistiu à do Xavier no Dia do BrOffice no Cefet). No final do dia, ainda consegui assisitr a um pedaço de uma apresentação de um pessoal do EstudioLivre sobre ferramentas para áudio com o Ubuntu Studio (que, aliás, eu nunca tinha ouvido falar).

Mas a melhor parte mesmo foi um bate-papo com Marcelo Tas, o Miranda (dos Ídolos) e a bela VJ Luiza da MTV sobre conteúdos online, liberdade de acesso, informática e sociedade, etc. Foi muito enfática a necessidade de se ajustar certos conceitos sobre o que é pirataria ilegal e o que é compartilhamento de informação. Taz questionou o que há de errado em, p.ex., se baixar músicas na Internet para uso próprio. Acaso é errado emprestar um livro para um amigo quando se acabou de ler? "Crime é proibir um moleque de ler, de ter acesso a uma música e curtir um som", lembrou Miranda. Luiza noticiou um caso bizarro que na Inglaterra em que se sugeria proibir o acesso à Internet a quem compartilhasse música por protocolos P2P. As discussões se aprofundaram nessa linha. Foi realmente muito legal!

Por hora é isso.

Tour pelo evento, robôs e casemods no Flickr

Algumas fotos de coisas interessantes no evento estão no Flickr. A saber, uma bela coleção de casemods (pra quem não sabe, gabinetes de computador personalizados), robozinhos e um breve tour virtual pelo evento.

XNA, Ogre e um pouquinho de Ginga

Realmente conclui que é muito difícil acompanhar a toda a programação interessante do evento. Infelizmente perdi quase toda a palestra sobre o framework da tv digital brasileira...

Perdido por um, perdido por mil. Decidi ir logo para a próxima de minha programação pessoal: plataforma Microsoft XNA com Ogre de lambuja, com Edgar Damiani. Como não era muito a minha praia (e como havia uns grandes almofadões para quem quisesse ficar deitado no chão), acabei gravando o áudio todo para disponibilizá-lo aqui -- numa cobertura especial para o BelJogos.

Na verdade, vi que é um tutorial que vai prosseguir durante toda a semana -- mas infelizmente acho que não terei pique para os próximos dias.

É isso.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Blog não é apenas tecnologia

Depois do Javaman, perambulando pela área do evento, acabei passando apenas pela palestra de Google Gadgets, mas como já estava bem adiantada optei por não assistir.

Acabei indo à palestra do Juliano com o tema "Tecnologia não faz o blog". Uma palestra leve e bem direta. Relacionou a necessidade de "blogar" com a própria necessidade de comunicação do ser humano. Também apresentou a dualidade entre blog de cunho pessoal ou jornalístico, tema que rendeu certa controvérsia. Juliano faz parte do projeto RadarCultura da Fundação Padre Anchieta. O programa também está presente no Campus Party Brasil.

Após isso, cheguei a tentar assistir à palestra sobre o Projeto Morfeo -- pelo pouco que vi, uma espécie de repositório de código online, mas não sei falar mais além disso --, mas o excesso de informação e o cansaço não deixavam.