terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Java, Javaman e Javali

Às 15h20 de Belém, começou a palestra do Bruno "Javaman" Souza, não sem antes tirar umas fotos junto com o Javali -- mascote da versão livre de java. O Bruno começou perguntando a cada um o que gostaria de saber sobre Java. Claro, zilhões de perguntas apareceram. Depois, sondou o perfil do público: que linguagem, que IDE, que SO, que processador e etc? Enfatizou a necessidade de desenvolvimento multiplataforma e a importância do desenvolvimento de software para o contexto de conectividade que se tem hoje.
Muitas empresas ainda tratam software como segredo.
Para discorrer sobre a necessidade do software ser aberto, livre, fácil de ser compartilhado e tudo o mais, Bruno fez uma afirmação para a qual muitos professores de engenharia de software torceriam o nariz:
Software é muito mais uma arte que uma engenharia.
e daí viria a necessidade de se mostrar o software e de se compartilhar código.

A rigor, a palestra continuou muito nessa linha. Ainda sobre a necessidade de portabilidade e tudo, apresentou-se um Java Ring e smartcards como hardwares capazes de executar a JVM. Próximo ao final, respondeu a algumas das perguntas que suscintou no início mas, intencionalmente ou não, encerrou a palestra às 16h00, sem tempo para esclarecer a todas, cedendo espaço ao próximo palestrante. Entretanto, Bruno Souza se comprometeu a responder às demais perguntas num bate-papo pelos corredores com quem estivesse interessado.

É isso.

E a de direito digital?

Em virtude dos pequenos problemas de horário e atrasos de palestras, acabei perdendo boa parte da palestra sobre direito digital. Mas ainda pude acompanhar o palestrante Ronaldo Lemos mencionando a questão de privacidade na internet, citando o caso Cicarelli contra YouTube, situação clara da desproporcionalidade da proteção do direito individual sobre o coletivo (um princípio constitucional).

Outros esclarecimentos importantes: sim, é possível trocar de licença, desde que para abrir mais, nunca para restringir mais. E ainda: ao usar uma licença livre, o autor não perde a autoria do software ou da obra, continuando sendo sempre o dono dela. Ou seja, aquilo que todo usuário de software livre sabe (ou deveria saber): se meu software estiver sob GPL, nada me impede de vendê-lo; ou ainda, um livro disponibilizado gratuitamente sobre Creative Commons na internet, pode ser vendido pelo autor a uma editora, sem problemas.

Enfim, houve muitas perguntas e não vou lembrar de todas, mas muitas foram dúvidas específicas do público. CC, plágio, aplicações em blogs, direitos no ciber-espaço versus territorial e congêneres foram os assuntos com dúvidas mais freqüentes. Mas foram todas muitíssimo interessantes. Me chamou atenção uma tônica que parece nortear o direito digital: a questão das cada vez maiores restrições impostas pelas leis versus as também cada vez maiores necessidades de liberdade de acesso, sociedade livre, e etc.

É um assunto muito interessante pra uns, e muito chato pra outros... então acho que já chega, não?

Primeira palestra da tarde (pós-almoço)

Putz, depois do almoço curto, com correria e fila, voltar pra assistir às palestras sem praticamente nenhum intervalo foi dose... Conforme o planejamento, fui para a de astronomia. O assunto até parecia bem interessante, mas achei muito focada para estudantes de astronomia, astrofísica e cia ltda.

Decidi seguir o conselho do colega Emanoel do Serpro de Fortaleza e ir à palestra sobre o editor de vídeo livre Cinelerra. Bobagem que fiz. A organização da palestra estava muito aquém -- sequer o computador com o programa instalado tinha, o que teve de ser feito na hora. Também deu problema no microfone, além de outros contratempos.

Muito de improviso, a palestrante Luciana empenhou-se em mostrar a interface do programa e tudo, mas nada além. Uma prática que estava programada também não houve. Uma pena, pois sempre ouvi falar que o Cinelerra é um software de alto nível para ediçào de vídeo e infelizmente não podemos comprovar. Fica para a próxima...

Palestra sobre a DIT (digital Interactive Table)

A palestra sobre a DIT, a rigor, começou mesmo com uma hora de atraso. Mas ao menos foi bem breve ainda que razoavelmente superficial. Grosso modo, pensem nessa Digital Interactive Table como uma espécie de monitor de vídeo touchscreen que fica na horizontal. Mas o legal mesmo são os aplicativos disponíveis. Maximizar janelas com os dedos, movê-las, desenhar, gerar efeitos esfumaçados e até rodar alguns joguinhos como uma versão modernosa do pong -- chamada de Wong, aqui (por sinal, haverá um campeonato logo mais à tarde). Tudo isso com a possibilidade de uso por múltiplas pessoas, possivelmente de forma colaborativa. O próprio Reactable é feito em cima dessa interface.

A palestra foi mesmo bem breve -- pouco mais de meia hora. Os dois palestrantes mostraram que o próprio teclado de computador é considerado o primeiro hardware multi-toque (quem nunca teclou ao mesmo tempo CTRL-ALT-DEL?). Também falaram das tecnologias que existem e são ssencialmente duas. Uma em que feixes infra-vermelhos são dados na lateral da superfície vítrea sendo por ela refratados, gerando espécies de áreas de sombra a partir dos pontos em que os dedos tocam a superfície. Outra, desenvolvida pela Microsoft é bem semelhante, mas emite feixes infra-vermelhos por sobre (o sob) o vidro.

Se essa tecnologia pode substituir as interfaces de entrada tradicionais (teclado e mouse) os palestrantes disseram que sim. Salvo engano -- os palestrantes eram espanhóis e a comunicaçào algumas vezes foi difícil -- há uma API em dó sustenido C# que abstrai detalhes de implementação em baixo nível.

Bem, é isso. Para mais detalhes, pesquisem na internet :-)

Dia II: a missão

Foi confirmada a grade de programação do #cparty. Putz, é muita coisa legal ao mesmo tempo e -- a menos que você tenha sido clonado duas vezes -- não dá pra aproveitar tudo.

Sendo assim, resolvi traçar a minha missão para este segundo dia:

  • até 9h29 - manhã de poucos eventos, talvez eu fique com Evolução da robótica;
  • 11h45 - Campus Futuro, pra ver a Digital Interactive Table, sem dúvida;
  • até 13h29 - pra relaxar depois do almoço, acho que vou assistir a umas partidas do Games;
  • 13h30 - lado nerd aflora; Quântica na Astrofísica, rs :-)
  • 14h30 - Direito digital, acho que pode ser bem útil;
  • 15h30 - Second Life ou Podcast fácil? Acho que vou decidir na hora...
  • 16h00 - ...mas vou sair antes pra ver a de desenvolvimento com Web2.0 e Ajax;
  • 17h00 - Google Gadgets, Tecnologia não faz um blog ou Flight Simulator RX - ou seria o bom o belo e o divertido?
  • 18h00 - Devo ver o que é Plataforma Morfeu? Ou melhor conferir os resultados do OLPC nas escolas?
  • 19h00 - Não posso perder o/a Ginga e a tv digital brasileira.
  • 20h00 - Microsoft XNA (putz, se o Romero tivesse aqui...);
  • 21h00 - Tema livre, não? É... se ainda tiver fôlego, hora coringa pra relaxar...

Ufa..., é isso! Espero conseguir seguir este planejamento. Voltarei a postar em caso de quaisquer novidades.

Até logo mais.

Pelotão, descansar.

Fim do primeiro dia do Campus Party. Hora de dormir... Dá uma certa pena deixar ocioso o link de 5Gb pra ter de dormir (ainda mais sem ter baixado nem a primeira temporada dos Simpsons toda :). Tentei ainda ficar até as 2h, mas agora realmente já é hora.

Pelo lado positivo, ao menos tenho a chance de mostrar as super instalações do acampamento campus tabajara-party. Ao lado vocês podem ver a "Vila Serpro" (reparem no detalhe do logo), alojamento de todos os bravos colegas que cá estão. Ao total são cerca de mil e quinhentas tocas-do-Gugu barraquinhas dessas no terceiro piso do pavilhão da Bienal, no parque do Ibirapuera.

Abaixo segue a minha barraca, com o kit de sobrevivência (da esquerda pra direita): colchonete de dormir -- agradeço ao colega Rafael Marconi de Salvador -- com um lençol, mala com pertences pessoais, bolsa da cia Telefonica (contém uma garrafinha dágua, uma camiseta e um monte de propaganda), cadeado sobre o livro "Amor, verbo intransitivo" de Mário de Andrade, e molho de chaves, tudo isso sobre pasta com papéis importantes e minha caixa de entrada GTD. Ainda tem dois cd's, cabo adaptador mini-usb, mochila para notebook, calça jeans e uma barrinha de cereal, além do meu par de tênis que estava tímido e preferiu não aparecer.

É isso. Vamos dormir que a noite será longa... ou não.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

"Caralh@#$%&! O Gilberto Gil é MUITO doido!"

Esse foi o comentário do colega Léo na abertura do Campus Party Brasil quando o ministro hacker, Gilberto Gil, entrou cantando (talvez grunindo, gemendo, ou fazendo beat-box, sei lá...) pra demonstrar o ReacTable, um revolucionário instrumento musical virtual colaborativo -- basicamente uma mesa de vidro com elementos (pequenas peças cúbicas, cilindricas e etc) com projeções que parecem ser as próprias ondas sonoras vibrando, e na qual se pode, virtualmente realmente, fazer tudo pra arranjar o som: alterar o comprimento das ondas, distorcê-las, uni-las e tudo o mais. Muito paidégua (ou como diria o povo aqui: muito sinistro)! Dê uma olhada no vídeo abaixo. Se você prestar atenção, a batida da bateria gera ondas na tela do ReacTable... (nota mental: comprar uma câmera de melhor resolução e com áudio...)

Tá, mas essa não foi a única coisa bacana da abertura do evento. Antes das 23h, horário definido como para a abertura oficial, houve uma contagem regressiva conduzida pelo Quasi, um robozinho que, com recursos de IA, interage com as pessoas e tudo. Pra se ter uma idéia, ao posicionar as câmeras para tirar foto dele, ele mexe os braços e fica fazendo poses(!).

Bem, ainda houve as partes das falas e homenagens e cia. Com a palavra franqueada, falaram Sério Amadeu, o diretor do evento, o cabeludo do Serpro RS, cujo nome não consigo lembrar agora... Marcelo Branco, (vulgo "free bolos" :), o próprio ministro Gil -- que aliás disse que é preciso bandalargar o Brasil, ao se referir à importância da tecnologia e da conectividade nos dias de hoje -- e outros (leia-se, prefeito de São Paulo, presidente da Telefônica, um ou outro pesquisador do CGI.BR, Fapesp e etc e tal).

Como novidades derradeiras a se informar neste primeiro (0-ésimo) dia, foi lançada a Tv do Campus Party Brasil, que transmitirá direto e ao vivo durante todo o evento. Mas, se você preferir acompanhar o evento pelos blogueiros de plantão, seus problemas acabaram: este link pode ser a sua salvação.

É isso, gente. Certamente houve mais detalhes durante o dia, como a experiência no "Kung-Fu Chute na Bunda", mas falo sobre isso com mais calma noutra hora). O evento começou empolgantemente. Veremos como serão os próximos dias. Até lá!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Campus-Party Brasil

É isso mesmo! De alguma forma consegui me juntar à equipe de "campuseiros" e também estarei, a partir de amanhã, no Campus-Party Brasil, talvez o maior evento geek do mundo. Assim, serei um correspondente cobrigndo o evento com relatos diários!

Não percam!

BlogBlogs.Com.Br

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O que dá pra aprender com os fãs de Lost?

Neste 31 de janeiro, estreou nos EUA, a quarta temporada da série Lost -- de que sou fã, diga-se.

Lost é uma série diferenciada mesmo. Os mistérios e as surpresas dos acontecimentos da ilha cativam e produzem ardorosos fãs. Além disso, a equipe de produtores é muito boa no marketing e na promoção da série. Neste ano, para tentar acalmar o ímpeto dos expectadores, foi lançado uma espécie de jogo de realidade alternativa chamado Find815. Iniciativa semelhante ocorreu também anteriormente num outro jogo chamado Lost Experience, que versava sobre alguns mistérios da trama.

Pra quem nunca ouviu falar, na ficção, 815 é o número do vôo da Oceanic Airlines que partiu de Sidney para Los Angeles em 22 de setembro de 2004, supostamente caindo sobre o oceano Pacífico, matando todos os 324 passageiros. (A propósito, pra quem não sabe, Oceanic é uma empresa de aviação fictícia, comumente usada em filmes e seriados de tevê). A trama de Lost é bem complexa. Há muitos detalhes que nos levam a duvidar dos acontecimentos, e tecer teorias mirabolantes sobre tudo. Mas isso fica para outra hora.

O jogo Find815 é basicamente a história de um ex-empregado da empresa de aviação inconformado por ter perdido a namorada aeromoça no acidente, e que busca informações sobre o que realmente possa ter ocorrido. A história é bem linear, mas como disse, os detalhes quase ocultos presentes no jogo é que fazem muitas vezes a diferença. E é sobre isso que vamos falar.

Vi que há jogadores fanáticos da série que escarafuncham tudo, desde possíveis mensagens cifradas em um áudio, ou uma análise quadro-a-quadro de vídeos e coisas do tipo. E há coisas legais para se aprender com isso.

Por exemplo, algum expectador mais atento percebeu que em certos pontos de um vídeo soam sinais semelhantes a código morse. Descobri então que existem páginas que traduzem mensagens em código morse. Já outro jogador descobriu uma mensagem subliminar em braile num outro vídeo (imagem ao lado). Aprendi então que existem sites também para tradução de código em braile. Também volta e meia acham-se palavras ou conjuntos de letras aparentemente sem sentido. Pois outro fanático resolveu pô-las num gerador de anagramas em busca de algo inteligível.

Além disso, localizadores de endereços, como o Google Maps, Yahoo Maps ou mesmo o MSN Live, também foram bem úteis. Ferramentas desse tipo também ajudaram a descobrir pontos no mapa a partir de coordenadas (latitude e longitude).

Enfim. Estas são apenas algumas coisas interessantes presentes no jogo (e de que estou me lembrando agora :-). Mas fica claro que este estilo de jogo de realidade alternativa é bem legal principalmente pra quem é curioso e tem espírito investigativo. Trata-se de uma boa diversão e, de quebra, permite descobrir coisas novas. Para mais informações sobre esse estilo de jogo, visite a página ArgBrasil.

É isso. Fiquemos na expectativa de Lost!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Pará também tem GuBro

Sim, é verdade! Hoje foi lançado o Grupo de Usuários do BrOffice do Pará - GuBro-PA.

O lançamento foi realizado também com o primeiro evento promovido pelo grupo: o Dia do BrOffice, que ocorre nesta quarta-feira, 30, no auditório do Cefet-PA. Um evento que já começa grandioso, acima de 100 inscrições e superando todas as expectativas.

O lançamento do GuBro-PA vem fortalecer ainda mais a comunidade de software livre do norte do país. Coordenado pelos amigos Edinéia Pereira e Raimundo Xavier e contando com apoio de diversas entidades como Serpro, Sucesu e Ausla, o grupo se constitui de mais um instrumento para promoção de qualificação profissional e inclusão digital na região, por meio de palestras, eventos e cursos de capacitação. Além, é claro, no incentivo ao uso do software livre, troca de experiências e congregação da comunidade de usuário entre si.

Aliás, devo dizer que fui gentilmente convidado pelos os coordenadores do grupo a ministrar uma palestra no evento (cujos slides estão disponíveis para download). Falei um pouco sobre criação de macros para a suíte OpenOffice.org, que é um recurso bem interessante apesar de muitas vezes pouco utilizado (okay, muitos usuários que usam esporadicamente um processador de texto pra digitar uma carta ou coisa assim talvez nem precise, mas para quem usa uma suíte de escritório no dia-a-dia, como ferramenta de trabalho de fato, é bastante útil).

Enfim, está de parabéns a comunidade de software livre paraense por mais esta iniciativa!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ah... Férias!

Neste final de semana estarei em viagem pra curtir as minhas férias e desacelerar um pouco sem computador e sem internet. Portanto o blog vai dar um tempo e, quem sabe, esticar até o carnaval :-P

Até lá!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Como funciona sistema de desafios no tênis

Aproveitando as férias de janeiro, pela primeira vez estou tendo a oportunidade de acompanhar um torneio de tênis com um pouco mais de atenção. No caso, o torneio aberto de tênis da Austrália (Australian Open).

Tênis é um esporte que me dá particular entusiasmo de assistir. Mas além das grandes jogadas e das partidas memoráveis, algo que é muito legal de se ver nessas partidas é o recurso de "hawk-eye" (do inglês, olho de águia), que é o que nós brasileiros conhecemos como tira-teima.

No tênis, isto também é chamado de desafio. Nas quadras que têm este recurso, caso um tenista se sinta prejudicado com uma marcação do juiz (achando que uma bola foi boa quando o juiz deu bola fora, e vice-versa) pode discordar da marcação chamando o desafio. Assim, um telão instalado na quadra mostra uma espécie animação com o replay da jogada com precisão eletrônica, dirimindo de uma vez por todas com qualquer dúvida, e evitando que se cometam injustiças.

Okay, mas como funciona? Quem não garante que não tem uma pessoa fazendo rapidamente uma animação 3D pra beneficiar um certo jogador? :-)

Bem, apesar de ser um recurso adotado de forma oficial apenas recentemente (desde 2005), tecnologias para sua implementação existem pelo menos há uns vinte anos. Essencialmente as quadras têm que ser equipadas com câmeras de vídeo de alta precisão (acima de 60 quadros por segundo) posicionadas ao seu redor. O conjunto de imagens é enviado em tempo real para um computador super potente que faz o processamento espacial dos objetos, sendo capaz de definir posição e trajetória da bola com altíssima precisão.

Assim, não há espaço para restarem dúvidas, mas nem por isso se tem menos emoção. Também não é um recurso obrigatório em todas as quadras. A quantidade de pedidos de desafio é limitada nos torneios. Geralmente cada tenista pode errar até um número máximo de desafios por partida (três, no Australian Open), podendo continuar desafiando a cada vez em que seu desafio foi procedente.

Por que falei isso? Neste caso, vejo que a tecnologia foi extremamente benéfica aplicada ao esporte. Então, qual seria a dificuldade de se pôr algo semelhante, p.ex., no futebol. Aqueles são alguns dos argumentos da FIFA para não autorizar maior uso de tecnologia (nem um replayzinho instantâneo é possível). Certo que seria complicado depender de alta tecnologia em partidas de futebol em países mais pobres. Mas será que nem numa Copa do Mundo, quando o país sede tem que provar que tem infra-estrutura adequada?

Enfim, é isso. Que acham vocês?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Do you speak english?

Depois de algum tempo e para ocupar um pouco mais durante estas férias de final de ano, decidi tornar a participar como voluntário de projetos de tradução de software.

Na lista Python Brasil, vi que havia uma articulação para traduzir a documentação original do PyGTK em inglês para o português do Brasil. Como Python é uma das linguagens mais legais que já tive contato, apesar de nunca ter programa nada pra valer nela, certamente esta é uma grande oportunidade de conhecê-la melhor e aprender.

O processo para tradução definido pela equipe e coordenado pelo amigo Eliezer não poderia ser mais simples: simplesmente acessar o site da documentação, salvar uma página do manual em inglês para o disco, traduzi-la e enviar o resultado à lista. Não sem antes indicar na página do wiki quais as páginas que você pegará pra traduzir, claro, para ajudar a coordenar as atividades e evitar o retrabalho de que outros venham a editar a mesma página que você.

No embalo, também acabei convencendo alguns colegas da equipe de tradução do livro "Controle de versão com Subversion" a retomar os trabalho, que estavam paralisados já há bastante tempo. Felizmente há bastante colegas interessados em tocar o projeto. Wesley "Blabos", Célio Cidral, Davi vidal, Giovanni Júnior e Valério Wittler (além de mim) somos -- por hora -- os "cavaleiros do apocalispe" com a missão de levar o projeto até o fim desta vez.

Necessário falar também de como as ferramentas do Google podem ser úteis para apoio a coordenação de projetos como estes. Na tradução do livro do Subversion, estamos utilizando planilhas online compartilhadas do GoogleDocs para controlar que usuário está traduzindo que parte do livro.

Além disso, para manter as atividades dentro do cronograma definido, criamos uma agenda no GoogleCalendar para o projeto, na qual marcamos as datas previstas para término da tradução dos capítulos. Nesta ferramente é possível configurar lembretes para aviso sobre proximidade do prazo. Tais avisos podem ir por e-mail ou um alerta de popup quando você estiver usando usando as ferramentas do Google, mas se você tem um celular habilitado, estes lembretes podem ir também por SMS, com bastante praticidade (desde que bem utilizados, não é Valério? rs :-)

Bem, é isso, gente. Vale lembrar que existem inúmeros projetos necessitando de colaboradores. E muitas vezes não é necessário ser aquele hacker maluco para contribuir. Seja com tradução, teste, utilização, ou mesmo divulgação, sempre há uma maneira de manter vivo o espírito do software livre. E se você interesse em colaborar com um destes projetos de tradução, cadastre-se nas respectivas listas e contribua.

Software livre é isso!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Chegou o kefir

Já ouviu falar de kefir? Não!? Eu também nunca tinha ouvido falar até semana passada, quando encontrei uma matéria no Uol sobre o assunto. Como gosto de coisas naturais, achei bem interessante e procurei me informar mais acerca disto.

Vi que o kefir é uma espécie de fungo (também chamado de cogumelo do leite, entre outros nomes) que pode ser cultivado no leite de forma a fermentá-lo, resultando num alimento lácteo probiótico e bastante saudável.

Isso mesmo: leite fermentado. Similar àqueles vendidos em supermercado. Mas com a vantagem de ter cerca de cinco ou seis vezes mais lactobacilos vivos que seus "primos" de prateleira. Além de ser um produto, obviamente, mais natural. Aliás, este kefir é um fungo extremamente sensível e, por isto, seu processo de industrialização é muito difícil, apesar de haver iniciativas neste sentido.

Também existe uma variante de kefir que é cultivada apenas com água e açúcar mascavo, usada preferencialmente por pessoas com intolerância à lactose. Com o tempo, os grãos vão crescendo. Em princípio, achei curioso quando soube que muitas pessoas doam os grãozinhos gratuitamente e decidi conferir. Depois de me associar ao grupo de usuários, procurei os classificados e, após uma semana, recebi-os da colega Gabriela Túlio -- a quem, aliás, devo meus mais sinceros agradecimentos por ter gentilmente atendido à minha requisição.

Vi que o cultivo demanda bastante cuidado. Assim, além dos benefícios para saúde, espero também ter disciplina para cuidar deles adequadamente. Tão logo haja mais coisas relevantes sobre minha experiência com kefir, certamente escreverei sobre elas no futuro.

Até a próxima.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Parabéns, Belém!

Hoje, doze de janeiro, é uma data especial. Aniversário de uma linda morena, amável e encantadora. Aniversário de fundação da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, nossa bela Belém!

Difícil descrever os diversos encantos e particularidades que esta cidade tem de especial. Talvez pelo clima, quente e úmido peculiar deste pedaço do Brasil.

Talvez seja pela gastronomia única que só o Pará pode oferecer. E isso só quem conhece açaí (o meu com açúcar e bem farinha, por favor), tacacá, maniçoba, tapioquinha ou mesmo uma pupunha com café preto sabe do que estou falando. Além de nossas exóticas frutas regionais, quase todas de sabor inigualável: cupuaçu -- minha fruta favorita, devo dizer, taperebá, bacuri e por aí vai (sem esquecer, claro, da nossa tradicional manga tirada do pé). Fica claro que são pra valer as palavras de nosso ilustre Mestre Pinduca:

Quem vai ao Pará, parou. Tomou açaí, ficou!
Talvez seja pela musicalidade da terra de Waldemar, do carimbó -- nossa dança mais tradicional, do lundu -- outra de maior sensualidade e do siriá, e também do tecnobrega (das aparelhagens como o Poderoso Rubi e o Treme-Terra Tupinambá-bá-bá-bá-bá... :-)

Talvez sejam as bençãos da Virgem de Nazaré, talvez a chuva das duas "que não pode faltar", a rivalidade e a paixão eterna do Re-Pa... Enfim, é difícil dizer o que há de mais encantador esta cidade.

Mas se há uma pessoa que talvez tenha conseguido expressar todo o sentimento que Belém desperta esta pessoa é Chico Sena, cuja canção "Flor do Grão Pará" (ouça-a aqui) foi eleita como a música que mais tem a cara da cidade. Tal como "Sampa" para a capital paulista ou o "Samba do avião" para o Rio de Janeiro.

Enfim... Esta é ou não é a cidade mais paid'égua do Brasil?

Parabéns, Belém!